19/09/2022

Aparelho desvenda a hipersensibilidade da pele à luz

Redação do Diário da Saúde
Aparelho correlaciona hipersensibilidade à luz com os sintomas
Aparelho com sensor de luz pode ajudar milhões de pessoas em todo o mundo com lúpus e outras doenças sensíveis à luz.
[Imagem: McAlpine Group/University of Minnesota]

Que luz causa hipersensibilidade

Este dispositivo médico de detecção de luz inédito, feito por impressão 3D, foi projetado para ser colocado diretamente na pele e fornecer informações em tempo real, permitindo correlacionar a exposição à luz com surtos de doenças oriundos da fotossensibilidade.

O aparelho promete ajudar milhões de pessoas em todo o mundo com lúpus e outras doenças causadas ou pioradas por hipersensibilidade à luz, fornecendo acesso a tratamentos e informações mais personalizados para determinar o que causa cada tipo de sintoma.

Pelo menos 5 milhões de pessoas em todo o mundo têm alguma forma de lúpus. A sensibilidade à luz é comum nessas pessoas, com 40 a 70% dos pacientes com lúpus tendo sua doença agravada pela exposição à luz solar ou mesmo à luz artificial em ambientes fechados.

Os sintomas desses surtos para pacientes com lúpus incluem erupções cutâneas, dores nas articulações e fadiga.

"Eu trato muitos pacientes com lúpus ou doenças relacionadas e, clinicamente, é um desafio prever quando os sintomas dos pacientes vão piorar," explica o Dr. David Pearson, da Universidade de Minnesota (EUA). "Sabemos que a luz ultravioleta e, em alguns casos, a luz visível, podem causar surtos de sintomas - tanto na pele quanto internamente - mas nem sempre sabemos quais combinações de comprimentos de onda de luz estão contribuindo para os sintomas."

Dada essa deficiência nos diagnósticos, a equipe desenvolveu um aparelho inédito, dotado de um detector de luz UV-visível, projetado para ser colocado na pele. O aparelho é integrado a um console portátil para monitorar e correlacionar continuamente a exposição à luz aos sintomas. E, como ele é totalmente impresso em 3D, seu custo deverá ser baixo, tornando-o acessível aos pacientes.

"Esta pesquisa se baseia em nosso trabalho anterior, quando desenvolvemos um dispositivo emissor de luz totalmente impresso em 3D. Mas, desta vez, em vez de emitir luz, ele está recebendo luz," disse o pesquisador Michael McAlpine, membro da equipe. "A luz é convertida em sinais elétricos para que possamos medi-la, [e esses sinais] podem ser correlacionados com os sintomas do paciente."

"Sabemos que esses dispositivos funcionam no laboratório, mas nosso próximo passo é realmente colocá-los nas mãos dos pacientes para ver como eles funcionam na vida real," acrescentou Pearson. "Podemos entregá-los aos participantes e rastrear a que luz eles foram expostos e determinar como podemos prever os sintomas. Também continuaremos os testes em laboratório para melhorar o dispositivo."

Checagem com artigo científico:

Artigo: 3D Printed Skin-Interfaced UV-Visible Hybrid Photodetectors
Autores: Xia Ouyang, Ruitao Su, Daniel Wai Hou Ng, Guebum Han, David R. Pearson, Michael C. McAlpine
Publicação: Advanced Science
DOI: 10.1002/advs.202201275
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