01/12/2016

Longevidade e mortes prematuras obedecem lei matemática

Redação do Diário da Saúde

Vidas ampliadas

Pesquisadores descobriram uma regularidade impressionante na longevidade humana, que se mantém mesmo em sociedades e épocas muito diferentes.

Analisando dados de 44 países e diversas épocas, os matemáticos e estatísticos comprovaram que a expectativa de vida e a variação na duração da vida individual estão intimamente ligadas por uma relação matemática.

Os dados mostram que, à medida que as pessoas vivem mais, a diferença na idade com que essas pessoas morrem torna-se menor.

Em outras palavras, quando a expectativa de vida é baixa - por exemplo, por volta de 50 anos - muito mais pessoas morrem bem antes ou bem depois dessa idade do que quando a expectativa de vida atinge, por exemplo, 80 anos.

"Como a expectativa de vida provavelmente continuará aumentando, podemos esperar que menos pessoas morrerão antes da média," disse o professor Alexander Scheuerlein, do Instituto Max Planck de Pesquisa Demográfica (Alemanha).

Menos pessoas morrerão prematuramente

Não importa quais tipos de populações os pesquisadores comparavam, eles sempre encontravam uma relação fixa entre a diferença na expectativa de vida e a diferença na variância nas distribuições de óbitos em relação à idade.

Longevidade e mortes prematuras obedecem lei matemática, dizem cientistas
A duração da vida das pessoas está se tornando cada vez mais similar.
[Imagem: MPI for Demographic Research]

Essa relação entre a expectativa de vida e a convergência das idades no momento da morte pode ser observada não apenas ao longo do tempo em um único país, mas em países, épocas históricas e sociedades muito diferentes - e vale igualmente para homens e mulheres.

A equipe submeteu sua teoria a casos extremos.

Por exemplo, a relação matemática mostrou-se verdadeira para as mulheres japonesas modernas, que detêm o recorde mundial com uma expectativa de vida bem além dos 80 anos, para sociedades tradicionais de caçadores-coletores, com uma expectativa de vida de cerca de 40 anos, e para a população histórica de escravos dos EUA libertos na Libéria, que tiveram temporariamente uma vida média adicional de apenas alguns anos.

Por que?

Mesmo com a diversidade das populações humanas que parecem ser governadas por esta regra, ainda não é possível determinar suas causas.

"A universalidade da relação é impressionante. A única coisa que é óbvia para nós agora é que ela deve ter a ver com o modo sociocultural com que os seres humanos organizam suas sociedades," disse Scheuerlein.

Os resultados foram publicados na revista científica PNAS.

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