29/09/2022

Mente é mais importante que corpo para treinar uso de próteses

Redação do Diário da Saúde
Mente é mais importante que corpo para amputados recuperarem sua independência
Uma nova perspectiva sobre a fisioterapia pode tornar a vida das pessoas com membros artificiais mais natural.
[Imagem: Josh Hawkins/UNLV]

Autoconfiança

Para muitas pessoas que tiveram que se submeter a uma amputação, próteses ou membros artificiais fazem parte da vida, exigindo que elas aprendam como seus corpos se movem com seus novos membros.

Mas o truque para aprender a usar um novo membro - e recuperar a confiança no movimento - tem menos a ver com a prótese em si, e mais com a mente, garantem pesquisadores.

Adotando o foco de atenção correto durante a reabilitação, os pacientes podem aprender novas habilidades melhor e mais rapidamente.

"É importante que médicos, protéticos e fisioterapeutas apliquem a ciência mais recente para que seus pacientes possam aprender mais rápido e reter melhor as habilidades que aprenderam," disse Szu-Ping Lee, da Universidade de Nevada Las Vegas (EUA).

Cinesiologia esportiva

O padrão atual de prática na reabilitação de amputados prioriza instruções focadas internamente, com os pacientes sendo instruídos a mover suas articulações ou contrair seus músculos de maneiras determinadas. E esta é uma mentalidade abaixo do ideal que devemos pensar em mudar, disse Lee.

Esse campo da ciência é conhecido como cinesiologia esportiva.

Para entender como funciona, imagine um jogo de golfe:

Depois de se aproximar da bola e analisar o gramado, você endireita os ombros, alinhando-se para a tacada. Neste ponto, a maioria dos iniciantes se concentra na forma, medindo cada movimento muscular. O processo padrão para reabilitação também é assim, totalmente voltado para um foco interno.

Mas há outro caminho a seguir: Ao invés de priorizarmos o movimento do nosso corpo, focar no trajeto da bola ou simplesmente no buraco lá longe é mais intuitivo e funciona melhor. É disso que os pesquisadores estão falando - o foco está no resultado, não no movimento em si.

"Com o tipo errado de foco ou de instrução sendo usado durante a fisioterapia, as consequências podem ser catastróficas - a perna artificial se torna um peso de papel em um armário," disse Lee. "Queremos avançar na prática clínica e esse é o objetivo final. Queremos que a fisioterapia fique cada vez melhor para os pacientes."

Checagem com artigo científico:

Artigo: Direction of attentional focus in prosthetic training: Current practice and potential for improving motor learning in individuals with lower limb loss
Autores: Szu-Ping Lee, Alexander Bonczyk, Maria Katrina Dimapilis, Sarah Partridge, Samantha Ruiz, Lung-Chang Chien, Andrew Sawers
Publicação: PLoS ONE
Vol.: 17 (7): e0262977
DOI: 10.1371/journal.pone.0262977
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