07/06/2017

Milhares de plantas medicinais sem uso por falta de catalogação

Com informações da New Scientist
Milhares de plantas medicinais e alimentícias aguardam catalogação para serem usadas
Uma catalogação adequada e criteriosa é necessária para que as pessoas saibam quais plantas e quais as doses devem ser ingeridas em cada situação.
[Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]

Plantas para medicamentos

Enquanto a indústria farmacêutica se queixa de que são necessários bilhões de dólares para desenvolver um único medicamento, mais de 28 mil espécies de plantas em todo o mundo têm um uso médico, mas ainda não estão adequadamente catalogadas.

Uma documentação criteriosa permitiria que as pessoas tirassem proveito dos benefícios dessas plantas medicinais para sua saúde.

O recado está sendo dado por uma equipe de 128 cientistas de 12 países, que afirmam que seus dados ainda são "muito conservadores" - isto é, o número de plantas medicinais deve ser muito maior.

O relatório mostra que existem 28.187 espécies registradas de plantas com uso medicinal, embora apenas 16% delas sejam citadas em publicações médicas e muitas espécies tenham nomes diferentes, causando confusão e gerando risco de uso inadequado.

Plantas para alimentos

Mais de 1.700 novas plantas medicinais foram descritas cientificamente apenas no ano passado. Entre elas estão nove novas espécies da trepadeira Mucuna, usada no tratamento da doença de Parkinson.

E o "tesouro inexplorado" inclui também uma série de espécies que poderiam ajudar a fornecer alimentos para a população.

Entre a 1.730 novas espécies estão cinco novos tipos de plantas do gênero Manihot, parentes selvagens da mandioca, descobertos aqui mesmo no Brasil, o que poderia ajudar a desenvolver novas variedades do terceiro cultivo alimentar mais importante nos trópicos - plantas desse gênero são resistentes a condições mais secas e a doenças.

Também foram descobertas sete novas espécies do gênero Aspalathus, que dá origem ao chá-de-rooibos, e uma nova espécie de chirívia, uma parente da cenoura, cultivada há milênios na Europa e na Ásia.

Alimentos silvestres

A pesquisadora Kathy Willis afirma que a descoberta de parentes silvestres de alimentos conhecidos é importante porque as culturas modernas foram aprimoradas para maior produtividade, o que muitas vezes significa perder a diversidade genética e a resistência à seca e às pragas.

"Os parentes selvagens das plantas cultivadas podem não ter produtividade, mas eles sobreviveram milhares de anos em condições climáticas múltiplas e, em seus genomas, eles têm os genes que permitirão a resiliência. Precisamos ser capazes de pegar esses genes e inseri-los de volta em nossas culturas para fazer cultivares resistentes no futuro," disse ela.

O relatório "Estado das Plantas do Mundo" foi publicado pelo Jardim Botânico Real (Reino Unido).

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