17/02/2016

Múltiplas emoções mostram profundidade emocional, não indecisão

Redação do Diário da Saúde

Emoções e indecisão

Experimentar um turbilhão de emoções tem sido interpretado pelos especialistas como um sinal de indecisão em seus pacientes.

Contudo, parece que essas emoções mistas mostram a riqueza, a complexidade e a profundidade emocionais da pessoa, nada tendo a ver com indecisão.

Um projeto da Universidade de Waterloo (Canadá) chegou a essas conclusões depois de analisar como as pessoas de 16 culturas diferentes ao redor do mundo lidam com emoções conflitantes.

"As pessoas em muitos países ocidentais veem a mistura de sentimentos como algo indesejável, sugerindo que alguém que experimenta sentimentos mistos é fraco, sem opinião própria," explicou o professor Igor Grossmann, coordenador do projeto.

"Na verdade, descobrimos que tanto ocidentais quanto não-ocidentais que apresentam uma mistura de sentimentos são mais capazes de diferenciar suas emoções e experimentar suas vidas de uma forma emocionalmente mais rica e equilibrada," acrescentou.

Riqueza emocional

Os resultados mostraram que as diferenças culturais levam a variações significativas na tendência a ver as situações de forma "binária" - como totalmente boas ou totalmente ruins - ou de uma forma mais complexa, como uma mistura de aspectos positivos e negativos.

A pesquisa indica que as pessoas que vivem em culturas mais auto-orientados, ou individualistas, como o Canadá, os Estados Unidos, a Austrália ou a Grã-Bretanha, são menos emocionalmente complexas do que as pessoas que vivem em culturas que dão maior ênfase aos sentimentos do dever e aos laços familiares.

Pessoas em várias partes da Ásia e da Rússia apresentam uma complexidade em suas emoções consideravelmente maior do que a população desses países caracteristicamente individualistas. A Europa Ocidental e a África do Sul ficaram no meio-termo. O Brasil não fez parte do estudo.

"As pessoas nessas culturas orientadas para o outro são mais propensas a experimentar complexidade emocional porque elas são capazes de ver diferentes perspectivas," disse Grossmann. "Por exemplo, elas podem ver uma perda de emprego como decepcionante, mas também como uma excelente oportunidade para passar mais tempo com a família ou para tentar algo novo. Alguém de uma cultura que está orientada para a realização pessoal mais provavelmente verá a perda do emprego como algo totalmente negativo."

Os resultados foram publicados no Journal of Personality and Social Psychology.

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