20/11/2023

Nem todo tempo frente a uma tela é ruim para as crianças

Redação do Diário da Saúde
Não há uma resposta clara sobre como as telas estão impactando as crianças
Talvez não faça mal, mas se você quer as crianças mais felizes e saudáveis, dê-lhes esportes, não telas.
[Imagem: DavidRockDesign/Pixabay]

Efeitos positivos e negativos das telas

Ao revisarem todos os artigos científicos publicado até agora sobre o tema, Taren Sanders e colegas da Universidade Católica Australiana concluíram que as pesquisas sobre o impacto das telas em crianças e adolescentes mostra uma combinação de pequenos riscos e benefícios.

A equipe selecionou 32 meta-análises sobre telas (celulares, computadores, tablets e TVs) e jovens e conduziu a sua própria meta-análise, combinando resultados sobre como os diferentes tipos de utilização das telas têm impacto na saúde e na educação.

Isto envolveu 2.451 estudos, englobando 1.937.501 participantes com idade até 18 anos. No geral, foram identificados 43 efeitos (positivos e negativos) que cumpriam os critérios de certeza estatística. Diferentes tipos de tempo de tela - como assistir TV, navegar nas redes sociais ou jogar videogame - estão associados a resultados diferentes - esses efeitos incluem desde problemas de alfabetização e aprendizagem geral até depressão.

A conclusão é que há evidências de impactos positivos e negativos do uso dessas tecnologias, dependendo do tipo de uso da tela.

Por exemplo, embora a alfabetização tenha-se mostrado ligeiramente pior nas crianças que utilizavam as telas por mais tempo, a alfabetização melhorou nas crianças que veem televisão juntamente com os pais.

Não há uma resposta clara sobre como as telas estão impactando as crianças
Estudos individuais também já haviam concluído que não é só o tempo que importa quando se trata de crianças e telas.
[Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]

Melhorar os estudos

Com relação aos resultados de saúde, a publicidade digital mostrou-se associada a um pequeno aumento na ingestão de alimentos não saudáveis, e o uso das redes sociais está associado a um risco ligeiramente aumentado de depressão.

Os pesquisadores afirmam que os resultados são atualmente limitados pela qualidade dos estudos, e mais pesquisas precisam ser feitas para que se tenha uma imagem mais clara sobre como os diferentes contextos influenciam o impacto da tecnologia sobre crianças e adolescentes.

Eles recomendam que, em vez de se concentrarem nos efeitos agregados da utilização das telas, os cientistas precisam dar maior consideração ao conteúdo, ao contexto e ao ambiente da utilização de cada uma das tecnologias.

Checagem com artigo científico:

Artigo: An umbrella review of the benefits and risks associated with youths’ interactions with electronic screens
Autores: Taren Sanders, Michael Noetel, Philip Parker, Borja Del Pozo Cruz, Stuart Biddle, Rimante Ronto, Ryan Hulteen, Rhiannon Parker, George Thomas, Katrien De Cocker, Jo Salmon, Kylie Hesketh, Nicole Weeks, Hugh Arnott, Emma Devine, Roberta Vasconcellos, Rebecca Pagano, Jamie Sherson, James Conigrave, Chris Lonsdale
Publicação: Nature Human Behaviour
DOI: 10.1038/s41562-023-01712-8
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