Mais mal do que bem
A Força-Tarefa de Serviços Preventivos dos EUA acaba de emitir uma recomendação contra o rastreio sorológico de rotina (através de um exame de sangue) para a infecção genital do vírus herpes simplex em adolescentes e adultos assintomáticos, incluindo aquelas que estão grávidas.
Trata-se de uma recomendação de nível D, o que significa que há "certeza moderada ou alta" de que o rastreio não traz benefício líquido ou que os danos superam os benefícios.
A infecção por herpes genital (HSV) é causada por 2 subtipos de vírus herpes simplex - HSV-1 e HSV-2. Ao contrário de outras infecções para as quais o rastreio (exames preventivos, ou de rotina) é recomendado, a infecção por HSV pode não ter um período assintomático longo durante o qual rastreio, identificação precoce e tratamento possam alterar o curso da doença.
Medicamentos antivirais podem proporcionar alívio sintomático de surtos de HSV. No entanto, destacam os especialistas, estes medicamentos não curam a infecção pelo vírus. Embora a transmissão de HSV possa ocorrer entre uma gestante infectada e seu bebê durante o parto normal, intervenções previstas nos protocolos médicos podem ajudar a reduzir a transmissão, afirmam eles.
Exame ineficaz para HSV
Para atualizar sua recomendação de 2005 sobre a triagem para o herpes genital, a Força Tarefa analisou as evidências sobre a exatidão, os benefícios e os danos da triagem sorológica para a infecção por HSV-2 em pessoas assintomáticas de ambos os sexos, incluindo as mulheres grávidas, bem como a eficácia e os danos de medicamentos preventivos e intervenções de aconselhamento comportamental para reduzir futuros episódios sintomáticos e transmissão para outras pessoas.
As evidências indicam que o teste sorológico de HSV-2 mais utilizado atualmente disponível e aprovado pela FDA não é adequado para o rastreamento populacional devido à sua baixa especificidade, à falta de testes confirmatórios amplamente disponíveis e à sua alta taxa de falsos positivos.
As taxas de herpes genital devido à infecção por HSV-1 nos Estados Unidos parecem estar aumentando. Contudo, embora a infecção por HSV-1 possa ser identificada por testes sorológicos, os exames não conseguem determinar se a origem da infecção é oral ou genital. Assim, dizem os especialistas, estes testes serológicos não são úteis para o rastreio de herpes genital assintomático resultante da infecção por HSV-1.
A Força Tarefa (USPSTF: U.S. Preventive Services Task Force) é um painel independente e voluntário de especialistas que faz recomendações sobre a eficácia de serviços de cuidados preventivos específicos, tais como exames, serviços de aconselhamento e medicamentos preventivos.
O relatório da USPSTF foi publicado na revista médica JAMA.
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