17/01/2017

Painel de Especialistas desaconselha exame de rotina para herpes

Redação do Diário da Saúde
Painel de Especialistas desaconselha exame de rotina para herpes
Estrutura do HSV-1: exames não dão resultados seguros, motivo pelo qual não vale a pena recomendá-los de forma preventiva, dizem os especialistas.
[Imagem: Schmidt et al. - et al. 10.1371/journal.ppat.1002961]

Mais mal do que bem

A Força-Tarefa de Serviços Preventivos dos EUA acaba de emitir uma recomendação contra o rastreio sorológico de rotina (através de um exame de sangue) para a infecção genital do vírus herpes simplex em adolescentes e adultos assintomáticos, incluindo aquelas que estão grávidas.

Trata-se de uma recomendação de nível D, o que significa que há "certeza moderada ou alta" de que o rastreio não traz benefício líquido ou que os danos superam os benefícios.

A infecção por herpes genital (HSV) é causada por 2 subtipos de vírus herpes simplex - HSV-1 e HSV-2. Ao contrário de outras infecções para as quais o rastreio (exames preventivos, ou de rotina) é recomendado, a infecção por HSV pode não ter um período assintomático longo durante o qual rastreio, identificação precoce e tratamento possam alterar o curso da doença.

Medicamentos antivirais podem proporcionar alívio sintomático de surtos de HSV. No entanto, destacam os especialistas, estes medicamentos não curam a infecção pelo vírus. Embora a transmissão de HSV possa ocorrer entre uma gestante infectada e seu bebê durante o parto normal, intervenções previstas nos protocolos médicos podem ajudar a reduzir a transmissão, afirmam eles.

Exame ineficaz para HSV

Para atualizar sua recomendação de 2005 sobre a triagem para o herpes genital, a Força Tarefa analisou as evidências sobre a exatidão, os benefícios e os danos da triagem sorológica para a infecção por HSV-2 em pessoas assintomáticas de ambos os sexos, incluindo as mulheres grávidas, bem como a eficácia e os danos de medicamentos preventivos e intervenções de aconselhamento comportamental para reduzir futuros episódios sintomáticos e transmissão para outras pessoas.

As evidências indicam que o teste sorológico de HSV-2 mais utilizado atualmente disponível e aprovado pela FDA não é adequado para o rastreamento populacional devido à sua baixa especificidade, à falta de testes confirmatórios amplamente disponíveis e à sua alta taxa de falsos positivos.

As taxas de herpes genital devido à infecção por HSV-1 nos Estados Unidos parecem estar aumentando. Contudo, embora a infecção por HSV-1 possa ser identificada por testes sorológicos, os exames não conseguem determinar se a origem da infecção é oral ou genital. Assim, dizem os especialistas, estes testes serológicos não são úteis para o rastreio de herpes genital assintomático resultante da infecção por HSV-1.

A Força Tarefa (USPSTF: U.S. Preventive Services Task Force) é um painel independente e voluntário de especialistas que faz recomendações sobre a eficácia de serviços de cuidados preventivos específicos, tais como exames, serviços de aconselhamento e medicamentos preventivos.

O relatório da USPSTF foi publicado na revista médica JAMA.

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