14/08/2017

Saco amniótico criado em laboratório permite estudar início da gestação

Redação do Diário da Saúde
Saco amniótico criado em laboratório permite estudar início da gestação
O saco amniótico artificial foi desenvolvido a partir de células-tronco humanas.
[Imagem: University of Michigan]

Fertilidade e infertilidade

As primeiras semanas depois que o esperma encontra o óvulo ainda guardam muitos mistérios. Entre eles: O que faz com que o processo eventualmente falhe, levando a muitos casos de infertilidade?

Apesar da importância desse estágio crítico, os cientistas não contam com uma maneira razoável de explorar o que pode dar errado depois que o óvulo fecundado se implanta na parede do útero humano - além de eticamente vedado, nenhuma mãe se ofereceria como voluntária em algo que poderia interferir com o processo natural e saudável.

Mas uma nova técnica usando células-tronco humanas pode ajudar a mudar isso. As minúsculas estruturas desenvolvidas em laboratório podem dar aos pesquisadores a oportunidade de ver o que não podiam ver antes, evitando as questões éticas associadas ao estudo de embriões reais.

Saco amniótico artificial

Uma equipe da Universidade de Michigan (EUA) induziu células-tronco pluripotentes humanas a crescer em uma superfície especialmente projetada para apresentar estruturas que se assemelham a um aspecto inicial do desenvolvimento humano, denominado saco amniótico.

As células desenvolveram espontaneamente algumas das mesmas características estruturais e moleculares observadas em um saco amniótico natural, que é uma estrutura semelhante a uma bola oca e assimétrica, que contém células que darão origem a uma parte da placenta, bem como ao próprio embrião.

Como vantagem de segurança, as estruturas não contam com outros componentes essenciais do embrião inicial, de forma que não podem se transformar em um feto, o que fatalmente levaria à mesma encruzilhada ética.

Parte fascinante da biologia

Esta é a primeira vez que se consegue cultivar essa estrutura a partir de células-tronco, em vez de induzir um embrião doado a crescer, como algumas outras equipes estão fazendo - normalmente esses embriões são destruídos após alguns dias.

"Até metade de todas as gravidezes termina nas duas primeiras semanas após a fertilização, muitas vezes antes que a mulher esteja consciente de que está grávida. Para alguns casais, há uma incapacidade crônica de superar esses passos críticos do desenvolvimento inicial, mas até agora não tínhamos um modelo que nos permitisse explorar os motivos [dessas falhas]," explicou a Dra. Deborah Gumucio.

"Esperamos que este trabalho permita que muitos cientistas cavem mais profundamente nas rotas envolvidas no desenvolvimento normal e anormal, para que possamos entender uma das mais fascinantes partes da biologia da Terra," concluiu.

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