18/01/2017

Seda artificial de aranha libera antibióticos no corpo

Redação do Diário da Saúde
Seda artificial de aranha libera antibióticos no corpo
A seda é sintetizada por bactérias E.coli geneticamente modificadas para produzir proteínas similares às produzidas pelas aranhas.
[Imagem: The University of Nottingham]

Seda com medicamento

Um encontro casual entre um especialista em aranhas e um químico levou ao desenvolvimento de uma seda de aranha sintética que é também antibiótica.

Depois cinco anos de trabalho, a equipe interdisciplinar da Universidade de Nottingham (Reino Unido) desenvolveu uma técnica para produzir seda de aranha funcionalizada quimicamente.

A funcionalização significa que a seda pode ser adaptada às aplicações que se tem em mente, como na administração de remédios, na medicina regenerativa ou na cicatrização de feridas.

A equipe demonstrou, pela primeira vez, como uma técnica conhecida como "química de encaixar" pode ser usada para conectar moléculas - de antibióticos a corantes fluorescentes - à seda de aranha produzida artificialmente. A seda é sintetizada por bactérias E.coli geneticamente modificadas para produzir proteínas similares às produzidas pelas aranhas.

As moléculas escolhidas podem ser "plugadas" no lugar na solução de proteínas de seda, antes que ela seja transformada em fibras, ou após as fibras terem sido formadas. Isto significa que o processo pode ser facilmente controlado e mais de um tipo de molécula pode ser usado para "decorar" fios de seda individuais.

Atividade antibacteriana

No experimento de demonstração, quando as fibras de seda sintética foram "decoradas" com o antibiótico levofloxacina, a seda liberou o medicamento lentamente, retendo a atividade antibacteriana durante pelo menos cinco dias.

Além da liberação lenta e controlada de antibióticos e outros remédios, a seda pode ser usada para criar uma malha biodegradável que poderá executar dois trabalhos ao mesmo tempo: substituir a matriz extracelular que nossas próprias células geram e acelerar o crescimento do tecido novo.

"Existe a possibilidade de usar a seda em curativos avançados para o tratamento de feridas de cura lenta, como úlceras diabéticas. Usando nossa técnica, a infecção pode ser prevenida durante semanas ou meses pela liberação controlada de antibióticos. Ao mesmo tempo, a regeneração do tecido é acelerada porque as fibras de seda funcionam como um suporte temporário, antes de ser biodegradado," explicou o professor Neil Thomas, coordenador da equipe.

Todo o processo foi descrito em um artigo publicado na revista Advanced Materials.

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