11/03/2024

Som e luzes piscantes retardam Alzheimer acelerando a limpeza do cérebro

Com informações da New Scientist
Som e luzes piscantes retardam Alzheimer fazendo o cérebro remover toxinas
A chave para o desenvolvimento dessa terapia é que grandes redes de células cerebrais disparam naturalmente em sincronia.
[Imagem: Tharindu Nanayakkara/Pixabay]

Luz e sons contra Alzheimer

Recentemente, uma terapia alternativa com sons e luzes piscando produziu resultados inesperadamente positivos para pacientes com doença de Alzheimer, ajudando-os a retardar o declínio cognitivo típico da doença.

O tratamento envolve expor as pessoas a luzes piscando com frequência de 40 vezes por segundo, ou 40 hertz, e a um som grave, também de 40 Hz. Normalmente, a estimulação é dada durante uma hora por dia.

A chave para o desenvolvimento dessa terapia é que grandes redes de células cerebrais disparam naturalmente em sincronia umas com as outras em frequências diferentes - conhecidas genericamente como ondas cerebrais. Ondas cerebrais de cerca de 40 Hz são frequentemente vistas quando as pessoas estão se concentrando e quando estão formando ou acessando memórias.

Isso intrigou a comunidade científica, com múltiplas equipes reproduzindo os ensaios e tentando encontrar uma explicação para os efeitos tão fortes. Quem encontrou a resposta foram Mitchell Murdock e colegas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (EUA).

Som e luzes piscantes retardam Alzheimer fazendo o cérebro remover toxinas
Existem outras terapias com luz que melhoram sintomas da doença de Alzheimer.
[Imagem: Rad Cyrus/Unsplash]

Sistema glinfático

A análise feita por Murdock mostrou que as frequências de luz e som envolvidas na terapia otimizam o funcionamento das redes de eliminação de resíduos do cérebro, o que aumenta a eliminação de beta-amiloide e outras proteínas tóxicas que contribuem para problemas de memória e concentração no Alzheimer.

As ondas operam sobre o sistema de drenagem do cérebro, conhecido como sistema glinfático. Durante a terapia, há uma maior quantidade de líquido cefalorraquidiano entrando no cérebro e mais líquido residual saindo através dos vasos glinfáticos. Isso parece ocorrer porque os vasos sanguíneos próximos pulsam mais, o que ajuda a empurrar o fluido glinfático através dos seus vasos, e por causa de mais água fluindo para o sistema glinfático.

A descoberta dá novo suporte à aplicação da terapia, de baixo custo e fácil aplicação, que deverá ajudar milhões de pessoas que ainda aguardam por um tratamento definitivo contra o Alzheimer.

Checagem com artigo científico:

Artigo: Multisensory gamma stimulation promotes glymphatic clearance of amyloid
Autores: Mitchell H. Murdock, Cheng-Yi Yang, Na Sun, Ping-Chieh Pao, Cristina Blanco-Duque, Martin C. Kahn, TaeHyun Kim, Nicolas S. Lavoie, Matheus B. Victor, Md Rezaul Islam, Fabiola Galiana, Noelle Leary, Sidney Wang, Adele Bubnys, Emily Ma, Leyla A. Akay, Madison Sneve, Yong Qian, Cuixin Lai, Michelle M. McCarthy, Nancy Kopell, Manolis Kellis, Kiryl D. Piatkevich, Edward S. Boyden, Li-Huei Tsai
Publicação: Nature Medicine
DOI: 10.1038/s41586-024-07132-6
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