17/04/2018

Vacina da febre amarela: Fique atento às novas orientações

Com informações da Agência Brasil

Vacinação com segurança

Quatro entidades médicas divulgaram uma nota técnica para esclarecer alguns pontos sobre a vacinação contra a febre amarela.

O objetivo é dar segurança aos médicos e outros profissionais da saúde envolvidos na orientação da população, sobretudo quanto aos cuidados com pessoas que podem ter contraindicações para a vacina.

O documento é assinado pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT), Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). A nota técnica inclui um protocolo inédito para orientar os profissionais que atuam na triagem sobre quem pode ou não ser vacinado.

Veja abaixo alguns do trechos mais importantes do protocolo.

Regras gerais da vacinação

  • A vacina contra febre amarela (VFA) está recomendada como rotina para todas as pessoas a partir dos nove meses de idade que vivem ou se deslocam para áreas com recomendação para vacinação;
  • Pessoas com doenças crônicas sem imunossupressão devem ser vacinadas na rotina.
  • Em crianças menores de dois anos de idade, a vacina da febre amarela não deve ser aplicada simultaneamente com a vacina tríplice viral (sarampo, caxumba, rubéola) ou a tetraviral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela). Um intervalo mínimo de 30 dias deve ser respeitado, salvo em situações especiais que impossibilitem manter este intervalo (com um mínimo de 15 dias). A partir de dois anos de idade, não há esta restrição: elas podem ser aplicadas simultaneamente.

Quem deve ser avaliado pelo serviço de saúde antes de ser vacinado

  • Pessoa com doenças imunossupressoras ou em tratamento com medicamentos imunossupressores;
  • Gestantes;
  • Pessoas maiores de 60 anos de idade;
  • Mulheres amamentando lactentes com menos de seis meses de idade;

Quem deve ser avaliado pelo médico antes de ser vacinado

  • Pessoas que vivem com HIV/Aids;
  • Pessoas com doenças autoimunes, como lúpus, doença de Addison e artrite reumatoide;

Quem não deve ser vacinado

  • Crianças menores de seis meses de idade;
  • Paciente com reação de hipersensibilidade grave a algum componente da vacina;
  • Paciente em uso de medicamentos biológicos em geral, anticitocinas, como: Infliximabe, Etanercepte, Golimumabe, Certolizumabe, Abatacept, Belimumabe, Ustequinumabe, Canaquinumabe, Tocilizumabe, Secuquinumabe, Natalizumabe, Vedolizumabe, medicamentos depletores de células B (como Rituximabe);
  • Pacientes em uso de medicamentos imunossupressores como: ciclofosfamida, ciclosporina, tracolimus, azatioprina, micofenolato, tofacitinibe.
  • Pessoas com história pregressa de doença do timo (miastenia gravis, timoma);

Considerações sobre o uso da dose fracionada

  • O uso da dose fracionada é recomendado exclusivamente para a vacina de Bio-Manguinhos/Fiocruz. Não está autorizado o uso de dose fracionada da vacina produzida por outros fabricantes.
  • A segurança das doses padrão e fracionada são semelhantes. Não há evidências de maior reatogenicidade com uma ou outra.
  • Pessoas acima de 2 anos de idade, inclusive aquelas acima de 60 anos, desde que não estejam incluídas nos grupos com restrição de receber a dose fracionada, devem ser vacinadas.

Situações em que não se recomenda a aplicação de dose fracionada:

  • Pacientes com comprometimento imunológico;
  • Gestantes;
  • Crianças menores de dois anos;
  • Apesar de reconhecida pela OMS como estratégia adequada para proteção do indivíduo e contenção de surtos, a aplicação de dose fracionada ainda não é válida para emissão do Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia (CIVP). Portanto, viajantes internacionais deverão receber a dose padrão. Pessoas que receberam dose fracionada e que venham a necessitar do CIVP deverão aguardar o intervalo mínimo de 30 dias para receber a dose padrão.

Cuidados para quem não pode se vacinar

Para as pessoas com contraindicação para vacinação contra a febre amarela, recomenda-se que outras medidas de proteção individual sejam adotadas, tais como: usar repelente de insetos na pele e ambientais; proteger a maior extensão possível da pele com o uso de roupas compridas; evitar, na medida do possível, o deslocamento para áreas rurais e, principalmente, ao adentrar em matas, seja a trabalho ou turismo, passar o maior tempo possível em ambientes refrigerados, com portas e janelas fechadas e/ou protegidas por telas com trama adequada para impedir a entrada de mosquitos, além de dormir sob mosquiteiros.

Crianças menores de 6 meses de idade não podem receber a vacina e nem usar repelentes de aplicação direta na pele, razão pela qual devem ser mantidas o maior tempo possível sob esses cuidados.

O protocolo técnico completo, com instruções para médicos e outros profissionais da saúde envolvidos na orientação da população pode ser lido na íntegra na Carta aberta SBIm/SBMT/SBI/SBP: Vacina febre amarela e protocolo de triagem.

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