10/06/2021

Excesso de confiança torna pessoas alvos fáceis de notícias falsas

Redação do Diário da Saúde
Excesso de confiança torna pessoas alvos fáceis de notícias falsas
É certo que não é fácil identificar notícias falsas no Facebook, mas você sabia que você cria suas próprias informações falsas?[Imagem: Colin Behrens/Pixabay]

Desinformado da desinformação

Indivíduos que acreditam que são capazes de identificar notícias falsas - quando de fato não são - têm maior probabilidade de serem vítimas delas.

"Embora [as pessoas] acreditem que a confusão causada por notícias falsas seja extensa, relativamente poucas afirmam que as viram ou compartilharam. Se as pessoas incorretamente se veem como altamente habilidosas em identificar notícias falsas, elas podem inconscientemente ter mais probabilidade de consumir, acreditar e compartilhá-las, especialmente se [a notícia falsa] está de acordo com sua visão de mundo," explica o professor Ben Lyons, da Universidade de Utah (EUA).

Com um total de 8.285 entrevistados, a pesquisa pedia aos voluntários para avaliar a precisão de uma série de manchetes do Facebook e, em seguida, que avaliassem suas próprias habilidades para discernir conteúdos verdadeiros de notícias falsas.

Os pesquisadores usaram duas medidas psicológicas independentes para avaliar o excesso de confiança entre os entrevistados e como isso estaria relacionado às suas crenças e comportamentos.

"Nossos resultados pintam um quadro preocupante. Muitas pessoas simplesmente não têm consciência de sua própria vulnerabilidade à desinformação," disse Lyons.

Superestimando a própria capacidade

A grande maioria dos entrevistados - cerca de 90% - afirmou que estava acima da média em sua capacidade de discernir manchetes de notícias falsas e de notícias legítimas.

Três em cada quatro voluntários superestimaram sua capacidade de distinguir entre manchetes de notícias legítimas e falsas, e os entrevistados colocaram-se, em média, 22 pontos percentuais acima do que sua pontuação medida pelos critérios usados pelos pesquisadores. E cerca de 20% dos entrevistados se classificaram 50 ou mais pontos percentuais acima do que sua pontuação na avaliação certificada.

"Usando dados que medem o comportamento online dos entrevistados, mostramos que aqueles que superestimam sua capacidade visitam com mais frequência sites conhecidos por espalhar notícias falsas ou enganosas. Esses entrevistados excessivamente confiantes também são menos capazes de distinguir entre afirmações verdadeiras e falsas sobre eventos atuais e relatam maior disposição para compartilhar conteúdo falso, especialmente quando se alinha com suas tendências políticas," contou Lyons.

Estes resultados fornecem novas evidências de um importante mecanismo pelo qual as pessoas podem ser vítimas de desinformação e divulgá-las online. Embora o projeto do estudo não permita identificar o efeito causal do excesso de confiança, os resultados sugerem que a incompatibilidade entre a capacidade autopercebida de alguém para detectar histórias falsas e suas habilidades reais pode desempenhar um papel importante e anteriormente não reconhecido na disseminação de informações falsas.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

URL:  

A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos.
Copyright 2006-2023 www.diariodasaude.com.br. Cópia para uso pessoal. Reprodução proibida.