18/03/2022

Nossas mentes distinguem entre várias influências sociais

Redação do Diário da Saúde

Tipos de influências sociais

Quando as pessoas mudam de opinião depois de receberem informações adicionais sobre um tema, informações estas fornecidas por outra pessoa, esse é um exemplo de influência social informacional.

Já quando as pessoas revisam seus pontos de vista porque querem ser socialmente aceitas, os pesquisadores chamam isso de influências sociais normativas.

O que eles queriam então saber era se essas duas situações sob influenciação social acionam diferentes mecanismos neurais no cérebro.

"Esta questão é ainda mais relevante no mundo atual das mídias sociais e da manipulação de opiniões, uma vez que muitas pessoas confiam nas opiniões dos outros para formar sua própria opinião," justificou o professor Bahador Bahrami, da Universidade Ludwig-Maximilians de Munique (Alemanha).

Juntamente com colegas da Universidade de Oxford (Reino Unido), ele partiu então para caracterizar as atividades cerebrais que ocorrem se as pessoas são socialmente influenciadas a mudar de opinião - normativamente ou informacionalmente.

"Conseguimos mostrar que nosso cérebro resolve conflitos sociais - isto é, diferenças de opinião - através do mesmo mecanismo neural que usa para resolver seus próprios conflitos internos e subjetivos," resume Bahrami. "Uma região específica do cérebro leva em consideração dois fatores: Quão confiantes estamos em nossa opinião e quão educados somos obrigados a ser com os outros."

Influenciadores do cérebro

Em seus experimentos, os pesquisadores usaram um jogo de computador no qual os participantes tinham que tentar lembrar a posição de um ponto exibido na tela.

Cada voluntário apontava o local e dava valores à confiança que tinha em sua resposta. No entanto, eles foram autorizados a revisar suas suposições depois de terem visto a resposta de um computador ou de um parceiro visto em uma tela, a quem haviam sido apresentados antes do experimento - na realidade, todos palpites foram fornecidos por computadores.

A equipe rastreou a atividade cerebral de todos os voluntários durante o jogo usando ressonância magnética funcional (fMRI), um método não invasivo que permite que áreas do cérebro com alta atividade - ou seja, com alto consumo de oxigênio - sejam exibidas com alta resolução espacial.

Os resultados mostraram que as pessoas tendiam a ajustar suas respostas quando sua confiança estava baixa, independentemente de pensarem que seu parceiro era humano ou não. Essa influência informacional foi controlada pela atividade no córtex cingulado anterior dorsal (dACC) do cérebro, uma região do córtex cerebral.

Os voluntários também apresentaram maior conformidade com as opiniões dos outros quando recebiam confirmação de seu parceiro. Essa influência normativa surgiu apenas quando eles acreditavam que seus parceiros eram humanos.

Inteligência artificial

A equipe acredita que estes resultados têm grande significância para aplicativos de inteligência artificial, que estão sendo cada vez mais usados em todos os tipos de áreas.

"Nós estabelecemos que o cérebro humano só sente a necessidade de polidez quando ele está interagindo com outras pessoas, e não com um agente supostamente artificial, embora inteligente," disse Bahrami. "Em vista do crescente uso da inteligência artificial em uma ampla variedade de campos, este é um tópico importante para futuros projetos".

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

URL:  

A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos.
Copyright 2006-2023 www.diariodasaude.com.br. Cópia para uso pessoal. Reprodução proibida.