22/07/2022

Sonhos para a vida: Homens e mulheres têm diferentes ideais

Redação do Diário da Saúde
Sonhos para a vida: Homens e mulheres têm diferentes ideais
O Grilo Falante era o anjinho no ombro do Pinóquio. [Imagem: Carlo Collodi]

Localização social

A "localização social" - onde classe, raça, gênero, estágio da vida ou rupturas inesperadas na vida de alguém colocam uma pessoa na sociedade mais ampla - influencia o que, quando, como e se uma pessoa sonha com o futuro.

Em outras palavras, as pessoas são livres para sonhar com possibilidades, como se tornar uma estrela de cinema, viajar pelo mundo ou conseguir uma nova promoção - mas nem todos os sonhadores são iguais porque nem todos têm o mesmo local social.

Esta é a conclusão das psicólogas Karen Cerulo (Universidade Rutgers) e Janet Ruane (Universidade Estadual Montclair).

As duas pesquisadoras conversaram com cerca de 300 pessoas sobre seus sonhos para o futuro. Elas entrevistaram pessoas de diferentes classes sociais, diferentes raças e gêneros e em diferentes fases da vida - recém-casados, novos pais, pessoas começando novos empregos, imigrantes recentes, bem como pessoas que enfrentam graves dificuldades, como pobreza, falta de moradia, diagnósticos médicos graves ou desemprego.

"A promessa do Grilo Falante 'Quando você deseja a uma estrela, não faz diferença quem você é. Qualquer coisa que seu coração desejar virá até você', pode ser verdade para alguns," disse Cerulo. "Mas, para outros, é uma falsa promessa. Entendemos que classe, raça, gênero, idade e tragédia podem criar desigualdades nas oportunidades da vida, mas também nos dizem que tudo é possível. Aqui, mostramos que os sonhos são restritos em formas de que não temos plena consciência."

O Grilo Falante é um personagem da história do Pinóquio, que gostava de dar umas tiradas filosóficas - ele era originalmente a consciência do Pinóquio.

Sonhos masculinos e sonhos femininos

De acordo com a pesquisa, homens e mulheres são igualmente propensos a sonhar com realizações de carreira, de ter a oportunidade de ajudar os outros ou de doar grandes somas de dinheiro no futuro.

As diferenças de gênero tornaram-se mais aparentes com os temas dos sonhos tradicionais de cada gênero. Por exemplo, os homens se mostraram cerca de duas vezes mais propensos a identificar a aventura como um tema de sonho (16% versus 9%) e mais propensos do que as mulheres a falar de fama, riqueza e poder (15% versus 11%).

Em contraste, as mulheres foram quase duas vezes mais propensas a identificar a família como um tema de sonho - especialmente a família ligada à maternidade e à unidade familiar (18% versus 10%) e mais fortemente focada na aparência de acordo com a socialização de gênero.

As mulheres foram mais propensas a dizer que nunca desistem de seus sonhos (74% versus 63%) e acreditam que seus sonhos são realistas (86% versus 63%). Cerca de dois terços das mulheres sentiram que havia uma chance de 70% ou mais de que seus sonhos se tornassem realidade, enquanto apenas 48% dos homens sentiam assim. Ambos os grupos disseram que sonhar era importante, mas as mulheres foram mais inflexíveis, com 93% delas defendendo o sonho, em comparação com 77% dos homens.

"Quando os professores dizem 'Você pode ser o que quiser, até mesmo o presidente do país', e não explicam como política, dinheiro e poder estão interligados, eles lançam as bases para sentimentos de fracasso pessoal e ressentimento," alegou Cerulo.

Segundo as duas pesquisadoras, estudar os sonhos oferece um novo caminho para entender melhor a desigualdade que precede a ação ou o resultado. Mas apenas aliviando o fardo da desigualdade social é que realmente será possível tornar a promessa do Grilo Falante uma verdade para todas as pessoas, e não apenas para algumas.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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