03/04/2018

Composto da beterraba pode retardar doença de Alzheimer

Redação do Diário da Saúde
Beterraba contra Alzheimer
Betanina, uma substância encontrada nas beterrabas, pode retardar o desenvolvimento da doença de Alzheimer.
[Imagem: Darrell Cole Cerrato]

Betanina

Um composto encontrado na beterraba, justamente aquele que dá ao vegetal sua cor vermelha característica, pode ajudar a retardar o acúmulo de proteínas malformadas no cérebro, um processo associado à doença de Alzheimer e outras demências.

"Nossos dados sugerem que a betanina, uma substância encontrada no extrato de beterraba, mostra-se promissora como um inibidor de certas reações químicas no cérebro que estão envolvidas na progressão da doença de Alzheimer," disse Li-June Ming, da Universidade do Sul da Flórida (EUA).

Segundo Ming, a descoberta da sua equipe pode levar ao desenvolvimento de drogas que possam aliviar alguns dos efeitos a longo prazo da neurodegeneração envolvendo as demências.

"Este é apenas um primeiro passo, mas esperamos que nossas descobertas encorajem outros cientistas a procurar estruturas semelhantes à betanina que possam ser usadas para sintetizar drogas que possam tornar a vida um pouco mais fácil para aqueles que sofrem desta doença," disse ele.

Oxidação no cérebro

Segundo Ming, a maior parte do dano causado ao cérebro envolvendo as demências ocorre quando a proteína beta-amiloide se liga a metais, como ferro ou cobre. Esses metais podem fazer com que os peptídeos beta-amiloides se dobrem incorretamente e se unam em aglomerados, que podem promover inflamação e oxidação nos neurônios próximos, levando-os à morte. "É um processo semelhante à ferrugem," afirmou.

Já se sabia que o suco de beterraba pode melhorar o fluxo de oxigênio para o cérebro durante o processo de envelhecimento e, possivelmente, melhorar o desempenho cognitivo. Assim, Ming pensou em verificar se a betanina, um composto de beterraba que é usado em corantes comerciais, que se ligam facilmente aos metais, poderia bloquear os efeitos da beta-amiloide e, por sua vez, impedir o enrolamento incorreto desses peptídeos e a oxidação dos neurônios.

Os experimentos mostraram que, por si só, a beta-amiloide causa pouca ou nenhuma oxidação. E, como esperado, a beta-amiloide ligada ao cobre induziu uma oxidação substancial. No entanto, quando a betanina foi adicionada à mistura beta-amiloide ligada ao cobre, a oxidação caiu em até 90%, sugerindo que o dobramento incorreto dos peptídeos foi suprimido.

"Não podemos dizer que a betanina parou completamente o dobramento incorreto, mas podemos dizer que ela reduz a oxidação. Menos oxidação pode prevenir o dobramento incorreto até um certo grau, talvez até ao ponto de retardar a agregação dos peptídeos beta-amiloides [...] ," disse o pesquisador Darrell Cole Cerrato, coautor do trabalho.

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