Tau fosforilada
A busca por um suspeito muito popular entre os cientistas e médicos, apontado como o culpado pela doença de Alzheimer, pode de fato ser uma distração de um culpado muito mais direto pela doença.
Uma ampla análise deu sustentação à tese de que, quando se trata de Alzheimer, os aglomerados P-tau parecem ser os culpados diretos, enquanto as placas de beta amiloide podem apenas estar no lugar errado na hora errada.
A conclusão veio da análise dos dados de 51 experimentos realizados por pesquisadores de várias partes do mundo, cada equipe trabalhando de forma independente. A equipe formada por Colin Huber e Cassie Mitchell, das universidades da Geórgia e Emory (EUA) colocou os resultados na mesma base e os comparou.
Embora a proteína beta amiloide pareça ser cúmplice na doença - ela está sempre lá -, a meta-análise indica que o grande culpado parece ser outra proteína, chamada tau fosforilada (p-tau).
Além disso, a análise de dados de múltiplos estudos realizados em camundongos também revelou sinais de que múltiplos atores bioquímicos - e não apenas um ou dois - trabalham juntos na doença de Alzheimer para destruir os neurônios.
Suspeitos: P-tau indiciada, amiloide sob investigação
Outro fator que alivia as acusações contra as placas de beta amiloide é que a porção dessa proteína que parece se associar à p-tau para causar o Alzheimer não está diretamente ligada às famosas placas.
"O mais importante seria o nível de tau fosforilado presente. Ele tem a conexão mais forte com o declínio cognitivo. A correlação com a placa amiloide existe, mas é muito fraca; nem de perto tão forte quanto a correlação entre a p-tau e o declínio cognitivo.
"Eu acredito que a p-tau tem a maior parte na responsabilidade [pelo Alzheimer]. E pode ser a hora de não se fiar tanto na placa de amiloide beta como o campo [de pesquisas] tem feito há algumas décadas," disse Mitchell.
Até agora, todos os testes de candidatos a medicamentos contra Alzheimer baseados na hipótese amiloide falharam.
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