29/05/2018

Mamografias poderão ser substituídas por uma pílula?

Redação do Diário da Saúde
As problemáticas mamografias poderão ser substituídas por uma pílula
Sumit Bhatnagar quer trocar a desconfortável mamografia por um exame de infravermelho ajudado por uma pílula.
[Imagem: Evan Dougherty/Michigan]

Pílula para substituir mamografia

Cerca de um terço das mulheres tratadas por um câncer de mama passa por procedimentos desnecessários, afirmam pesquisadores da Universidade de Michigan (EUA).

Mas isso poderá ser evitado no futuro com um novo método para diagnosticar a doença, que está-se mostrando capaz de distinguir entre tumores benignos e tumores agressivos.

Sumit Bhatnagar e seus colegas desenvolveram uma pílula que faz os tumores brilharem quando expostos à luz infravermelha.

A técnica funcionou em animais de laboratório e mostrou como vantagem adicional o fato de identificar tumores que não teriam sido detectados pela mamografia tradicional.

Bhatnagar usou um corante que responde à luz infravermelha para marcar uma molécula comumente encontrada em células tumorais, nos vasos sanguíneos que alimentam tumores e nos tecidos inflamados. O brilho resultante traz informações específicas sobre os tipos de moléculas na superfície das células tumorais, permitindo distinguir melhor um câncer maligno de um tumor benigno.

Superando as mamografias

Em comparação com a luz visível, a luz infravermelha penetra facilmente no corpo, podendo chegar a todas as profundezas da mama sem o risco dos raios X de romper o DNA e semear um novo tumor. E usar um corante administrado por via oral também melhora a segurança do rastreio, eliminando o risco de reações a corantes intravenosos. Embora pequenos individualmente, esses riscos acabam sendo significativos quando dezenas de milhões de mulheres são examinadas a cada ano.

"Nós gastamos mais de US$ 4 bilhões por ano no diagnóstico e tratamento de cânceres dos quais as mulheres nunca morrerão. Se formos para a imagem molecular, poderemos ver quais tumores precisam ser tratados," disse o professor Greg Thurber, coordenador da equipe.

De fato, agora já é amplamente aceito entre os médicos que a mamografia é uma ferramenta imprecisa e que seus benefícios foram superestimados.

Cerca de um terço das pacientes com câncer de mama tratadas com cirurgia ou quimioterapia têm tumores benignos ou de crescimento tão lento que nunca teriam se tornado fatais, de acordo com um estudo realizado na Dinamarca no ano passado. Em outras mulheres, ao contrário, o tecido mamário denso esconde a presença de caroços e resulta em mortes por cânceres tratáveis. Além disso, como todas as mulheres sabem, as mamografias são notoriamente desconfortáveis.

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