24/07/2015

Mais um país questiona sabedoria das mamografias preventivas

Redação do Diário da Saúde

Sabedoria das mamografias

O governo da Noruega anunciou estar reavaliando o seu programa de rastreio do câncer de mama por meio das mamografias preventivas, oferecidas naquele país para mulheres de 50 a 69 anos.

Segundo a nota, a medida se deve a um "debate em curso entre pesquisadores e médicos de todo o mundo avaliando a sabedoria de oferecer exames periódicos de câncer de mama".

A grande preocupação é que as mamografias preventivas têm sido apresentadas às mulheres como um exame totalmente benigno, quando há riscos envolvendo as seguidas doses de radiação, mas, principalmente, um excessivo número de falsos positivos, o chamado sobrediagnóstico.

Recentemente a Suíça suspendeu seu programa de rastreio do câncer de mama devido a esses problemas, enquanto o Reino Unido anunciou que continuará com as medidas preventivas, mas alertando as mulheres dos riscos inerentes à mamografia.

Custo gigantesco dos sobrediagnósticos

"O objetivo do Programa de Rastreio do Câncer de Mama [da Noruega] era reduzir a mortalidade pelo câncer de mama em 30%. Dependendo de como você olha para o problema, nossas estimativas mostram que esse objetivo pode ter sido alcançado. Mas ele teve um custo gigantesco na forma de sobrediagnósticos," justificou o professor Roar Johnsen, da Universidade de Ciência e Tecnologia da Noruega.

De fato, um estudo recente mostrou que as mulheres sofrem por anos após receberem um falso positivo da mamografia.

O pesquisador ressalta que alguns estudos apresentam resultados conflitantes, mas a regra geral na literatura científica é que as mamografias preventivas resultam em sobrediagnósticos em 15 a 20% dos casos, enquanto outros afirmam que 142 mulheres serão tratadas desnecessariamente para cada 27 mulheres corretamente diagnosticadas com o câncer de mama.

Outro estudo indicou que as mamografias anuais não reduzem mortes mais que os exames físicos.

O estudo reconhece a complexidade do problema, optando por transferir a decisão de fazer ou não a mamografia preventiva para cada mulher, embora as autoridades de saúde do país possam adotar outro enfoque: "Nós agora apresentamos as bases para uma decisão política," concluiu Johnsen.

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