02/03/2009

Rede de Pesquisas sobre Câncer apresenta primeiros resultados

Redação do Diário da Saúde

Lógica sequencial do câncer

Os primeiros resultados dos estudos realizados pela Rede de Pesquisa sobre o Câncer, lançada no país em agosto do ano passado, serão apresentados amanhã (3), às 11h, no Instituto Butantan, em São Paulo.

Diversos grupos de pesquisa estão participando do trabalho, que procura identificar a lógica sequencial do câncer, manifestado por tumores. Segundo Anamaria Camargo, pesquisadora do Instituto Ludwig de Pesquisa sobre o Câncer, em São Paulo, a principal ênfase dos estudos é o câncer de mama.

"Não dá para começar tudo de uma vez; por isso as pesquisas estão acontecendo nessa direção, visando conhecer a biologia dos tumores e o que está acontecendo com as pacientes, para se definir qual o melhor esquema de tratamento", afirmou.

Diagnóstico e prognóstico do câncer

Sediado em Nova York, o Instituto Ludwig fornece o material biológico para os trabalhos dos grupos de pesquisa da Rede, que é formada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), Instituto Butantan, pelos Ministérios da Saúde e da Ciência e Tecnologia, além de uma série de faculdades e hospitais brasileiros.

De acordo com a pesquisadora, as informações geradas pelos grupos de pesquisa da Rede "vão permitir o aumento do leque de marcadores moleculares para o diagnóstico e prognóstico da doença, assim como levar à identificação de novas formas de tratamento, para diminuir a mortalidade e a morbidade provocada pelo câncer de mama".

Setenta vezes um milhão

Para Anamaria, a área do sequenciamento na pesquisa do câncer está vivendo uma revolução.

"Há cinco anos nós celebramos ter gerado um milhão de sequências no projeto genoma do câncer. Hoje, vimos que se consegue gerar setenta vezes isso, ou seja, setenta milhões de sequências. Isto foi possível com a introdução de novos equipamentos instalados no Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC)", destacou Anamaria.

O oncologista e diretor científico do Grupo Brasileiro de Estudos do Câncer de Mama, José Bines, considera de grande importância os estudos desenvolvidos pela Rede de Pesquisas sobre o Câncer, que segundo ele, fizeram um apanhado amplo do perfil das mulheres atingidas pela doença.

"Isso vai facilitar avanços importantes no tratamento do câncer de mama", disse hoje (2) em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.

Desmistificação da palavra câncer

Bines lembrou que os prejuízos da doença podem ser evitados e destacou a importâcia de desmistificar a palavra câncer para aumentar as chances de cura com o diagnóstico precoce.

Para o médico, até mesmo em fases mais avançadas, o diagnóstico do câncer permite que os paciente receba acompanhamento, assim como ocorre em casos de pressão alta ou diabetes.

O oncologista ressaltou, no entanto, que o aparecimento de vários tipos de tumores poderia ser evitado com a eliminação de hábitos, como por exemplo o de fumar.

Em 2009, o (Inca) estima que 465 mil novos casos de câncer serão registrados no Brasil.

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