Os medicamentos atuais na verdade não tratam a doença de Alzheimer e nem a impedem de avançar.
O que esses medicamentos fazem, algumas vezes, é diminuir temporariamente os sintomas, como a perda de memória e a confusão mental.
A falta de alternativas para o tratamento e o fraco resultado dos medicamentos disponíveis ficou mais patente ainda quando se descobriu que os remédios comuns podem tanto induzir, quanto retardar o surgimento do Alzheimer.
Paradigma das placas de proteínas amiloides
As drogas atualmente prescritas para doentes com Alzheimer visam reduzir os depósitos de placas amiloides que se acumulam no cérebro.
Estas placas são uma marca visual da doença, mas alguns estudos mostram que as placas de beta-amiloides podem ser uma defesa do cérebro contra a doença, e não sua causa. Além disso, há indícios de que o Alzheimer não seja uma doença só do cérebro.
Apesar disso, a maioria dos trabalhos continua se concentrando na tentativa de destruir as placas, que são aglomerados de fibras longas de uma proteína chamada beta-amiloide.
Mas, mesmo seguindo essa teoria dominante, alguns pesquisadores estão sugerindo que o verdadeiro culpado por trás do Alzheimer podem ser pequenos aglomerados de amiloides beta chamados oligômeros, que aparecem no cérebro anos antes de as placas se desenvolverem.
O último reforço para essa linha de pesquisas veio pelas mãos de Zhefeng Guo e seus colegas da Universidade da Califórnia em Los Angeles (EUA).
Guo tentava desvendar a estrutura molecular dos oligômeros quando descobriu que as amiloides beta têm uma organização nos oligômeros completamente diferente da que apresentam nas placas amiloides.
Rumos alternativos
A descoberta pode explicar por que as drogas contra o Alzheimer, projetadas para atacar as placas amiloides, não produzem o efeito desejado.
Como os medicamentos atuais nem sempre cumprem sequer seu papel de redução dos sintomas da doença, isto pode representar uma nova rota de pesquisas.
O estudo sugere que drogas experimentais recentes contra o Alzheimer falharam em testes clínicos porque atacam as placas, mas não funcionam nos oligômeros.
Futuros estudos sobre os oligômeros poderão ajudar a acelerar o desenvolvimento de novos medicamentos especificamente voltados para as amiloides beta nessas estruturas, dando uma nova esperança em busca de terapias eficazes contra o Alzheimer.
Uma dica para a pesquisa já existe: um componente do azeite de oliva já se mostrou eficaz no combate aos oligômeros beta-amiloides.
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