14/02/2012

Células-tronco do próprio paciente tratam coração com infarto

Redação do Diário da Saúde

Consertando o coração

Cientistas norte-americanos conseguiram recuperar tecidos do coração danificados por um ataque cardíaco usando uma infusão de células-tronco do próprio paciente.

Este, que é o primeiro estudo desse tipo realizado em humanos, foi coordenado pelos Drs. Eduardo Marbán e Raj Makkar, e publicado na edição de hoje da revista científica The Lancet.

Os pacientes de ataque cardíaco que receberam o tratamento com células-tronco demonstraram uma "redução significativa" no tamanho da cicatriz deixada pelo infarto sobre o músculo cardíaco.

Um ano após o tratamento, a cicatriz deixada pelo infarto baixou de 24% do coração para 12% - em termos de área. Os pacientes no grupo de controle, que não receberam a infusão de células-tronco, não apresentaram redução em suas cicatrizes.

Segundo os cientistas, pode-se perceber uma "regeneração real do tecido".

Células-tronco cardíacas

O principal objetivo do estudo era verificar a segurança da terapia, uma vez que experimentos com células-tronco têm apresentado riscos elevados de desenvolvimento de tumores.

As células-tronco cardíacas são produzidas a partir das células do próprio paciente.

Os cientistas acessam o coração do paciente usando um catéter, que é inserido por uma veia no pescoço.

O catéter retira uma amostra do músculo cardíaco - segundo eles, do tamanho de uma uva-passa -, que é levada para o laboratório, onde são isoladas e multiplicadas as células-tronco.

Finalmente, entre 12 e 25 milhões de células são reintroduzidas através das artérias coronárias do paciente, também usando um catéter.

A equipe do Instituto Califórnia para Medicina Regenerativa (EUA) planeja agora uma nova bateria de testes clínicos para avaliar a terapia experimental em pacientes com "doenças cardíacas mais avançadas".

Células-tronco magnéticas

O processo de crescimento das células-tronco derivadas do músculo cardíaco foi desenvolvido por Marbán na Universidade Johns Hopkins, que detém a patente da técnica, e a licenciou para a empresa privada da qual os pesquisadores agora estão à frente.

As pesquisas da equipe já levaram também ao desenvolvimento de uma técnica, por enquanto testada apenas em animais, que usa células-tronco cardíacas mescladas com nanopartículas de ferro.

Graças ao magnetismo do ferro, as células-tronco podem ser guiadas por um ímã até o ponto exato de sua aplicação.

Por outro lado, eles descobriram também que as células-tronco expostas a elevadas doses de antioxidantes desenvolvem anomalias genéticas que as predispõem ao desenvolvimento de câncer.

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