01/02/2019

Dengue tipo 2 põe São Paulo em alerta

Com informações da Agência Brasil

Dengue tipo 2

A circulação do sorotipo 2 da dengue em 19 cidades foi detectada em São Paulo e colocou o estado em alerta. Desde 2016, apenas o sorotipo 1 da dengue circulava nos municípios paulistas.

Pessoas infectadas por sorotipos diferentes em um período de seis meses a três anos podem ter uma evolução para formas mais grave da doença.

"Apesar de não ser ainda a maioria dos casos, ele [dengue tipo 2] está circulando já de maneira mais consistente nos municípios da região de Araçatuba, São José do Rio Preto e um pouco em Ribeirão Preto," disse o infectologista Marcos Boulos, coordenador de Controle de Doenças da Secretaria Estadual de Saúde.

Boulos acrescenta que a dengue tipo 2 não é "especialmente pior". O risco está relacionado à superposição de vírus.

"Estava circulando o tipo 1 até agora, e quando circula um tipo e aparece um novo sorotipo do vírus, pode ser 2, 3 ou 4, no caso é o 2, aí pode ter uma evolução para maior gravidade para quem já teve dengue 1," explicou.

Mais tempo no hospital

O infectologista esclareceu que não é mais utilizada a nomenclatura dengue hemorrágica, pois nem todos os casos graves de dengue evoluem com hemorragia.

Segundo Boulos, as equipes de saúde das cidades em que a circulação do tipo 2 foi identificada estão sendo orientadas a dar uma assistência mais cuidadosa aos pacientes com suspeita da doença.

"Em um caso de dengue no ano passado, quando só circulava o tipo 1, se o paciente estava bem, se tomava líquido pela boca, mandava para casa e, se tivesse alguma coisa, voltaria. Hoje, para fazer isso, eu tenho que ter convicção. Talvez ficar mais tempo com o paciente no hospital para acompanhar a evolução," explicou.

O infectologista disse que não há uma explicação para o início da circulação do novo sorotipo. "É aleatório. Esses vírus circulam no mundo todo. Quando você tem o Aedes [aegypti], que é o nosso caso, se vem uma pessoa que está com dengue 2 ou 3 e ele é picado pelo vetor, pode replicar esse vírus", explicou. A melhor forma de prevenção, portanto, independentemente do sorotipo, é evitar a proliferação dos pernilongos.

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