10/06/2019

Cuide dos dentes para evitar Alzheimer

Redação do Diário da Saúde
Gengivite está associada à doença de Alzheimer
A gengivite é apenas uma das várias doenças que podem afetar a boca. E a periodontite também pode afetar o sistema cardiovascular.
[Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]

Gengivite e Alzheimer

A gengivite desempenha um papel determinante se uma pessoa desenvolverá ou não a doença de Alzheimer.

"Nós descobrimos provas baseadas no DNA de que as bactérias causadoras da gengivite podem se mover da boca para o cérebro," diz taxativamente o Dr. Piotr Mydel, da Universidade de Bergen (Noruega).

A descoberta soaria bastante estranha há poucos anos, mas não agora, depois que já se descobriu que as bactérias intestinais têm influência decisiva no Mal de Alzheimer e que a doença de Parkinson pode ir do intestino ao cérebro pelo nervo vago.

A bactéria da gengivite, especificamente, produz uma proteína que destrói as células nervosas do cérebro, o que, por sua vez, leva à perda de memória e, por fim, contribui para a doença de Alzheimer, propõe a equipe em seu artigo, publicado na revista Science Advances.

Mydel salienta que a bactéria não está causando o mal de Alzheimer sozinha, mas a presença dessas bactérias aumenta o risco de desenvolver a doença substancialmente, bem como está ligada a uma progressão mais rápida da doença.

A boa notícia é que este estudo mostra que há algumas coisas que você pode fazer para retardar ou tentar evitar a doença de Alzheimer.

Os pesquisadores alertam que, se você tiver um diagnóstico de gengivite e tiver casos de Alzheimer em sua família, vá ao dentista regularmente e limpe os dentes adequadamente. "Escove os dentes e use fio dental," disse Mydel.

Bactérias que vão para o cérebro

Já se sabia, a partir de experimentos de laboratórios e em animais, que as bactérias causadoras da gengivite podem se mover da boca para o cérebro, onde as enzimas que excretam podem destruir os neurônios.

A novidade deste estudo é que, pela primeira vez, obteve-se evidências baseadas em DNA para esse processo a partir de cérebros humanos. Para isso, a equipe estudou 53 pessoas com Alzheimer, detectando a enzima em 96% dos casos.

Outra boa notícia é que a equipe também identificou um fármaco capaz de bloquear a enzima danosa da bactéria da gengivite.

"Conseguimos desenvolver uma droga que bloqueia as enzimas prejudiciais da bactéria, adiando o desenvolvimento da doença de Alzheimer. Estamos planejando testar essa droga ainda este ano," anunciou Piotr Mydel.

Gengivite

A bactéria Porphyromonas gingivalis é uma das principais causas de infecção nas gengivas.

  • Cerca de 50% da população tem essa bactéria em uma ou outra forma.
  • Cerca de 10% dos que têm esta bactéria desenvolvem doença gengival grave, dentes frouxos e têm um risco aumentado de desenvolver a doença de Alzheimer.
  • Além do Alzheimer, a bactéria está ligada ao reumatismo, à DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica) e ao câncer de esôfago.

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