Habilidades intuitivas
A intuição é uma ferramenta importante para a resolução de problemas ou para sair de situações que travariam a mente por excesso de informações.
Mas sempre se pensou que ela fosse uma habilidade natural de algumas pessoas.
A novidade é que, de acordo com a Dra. Asta Raami, da Universidade Aalto (Finlândia), a intuição pode ser desenvolvida como qualquer outra habilidade humana.
Intuição e raciocínio
A pesquisadora garante que é possível não apenas desenvolver a intuição - para aqueles que não a têm fortemente -, mas também aprender a usá-la e desenvolvê-la, tudo de forma consciente e controlada, como se faz no caso de qualquer outra habilidade.
"Tanto o pensamento intuitivo quanto o raciocínio consciente requerem prática, a fim de serem confiáveis. No entanto, a educação escolar oficial só visa o desenvolvimento das faculdades de raciocínio. O potencial para a intuição está sendo perdido," lamenta Raami.
Segundo ela, a intuição é tida como uma atividade baseada em emoções e uma forma de pensar que produz informações não confiáveis. Se alguém usa a intuição, precisa apresentar razões para suas conclusões como se elas fossem resultado de um raciocínio lógico tradicional e consciente, quando, na verdade, as racionalizações podem estragar a intuição.
No entanto, as pesquisas indicam que o pensamento intuitivo é superior ao raciocínio racional em certos casos. Por exemplo, a intuição é superior quando há informações demais ou de menos para a tomada de uma decisão, ou quando é preciso encontrar uma solução em um curto espaço de tempo.
Treinamento da intuição
A Dra. Raami apresenta diferentes ferramentas e exercícios práticos que podem ser usados para treinar o pensamento intuitivo.
"Primeiro de tudo, deve-se abrir a mente e abrir espaço para a intuição. As pessoas têm diferentes formas de pensar e crenças que limitam sua intuição," explica Raami.
É igualmente importante desenvolver a própria capacidade de percepção e discernimento. O corpo, as emoções e a mente de uma pessoa transmitem informações por meio de sinais diferentes, que a pessoa deve ser capaz de reconhecer conscientemente.
Além disso, os sinais corretos devem ser diferenciados de vieses como esperanças e medos. Caso contrário, o pensamento intuitivo não será confiável.
"Por exemplo, a mente pode ser comparada a um receptor de televisão, que pode ser sintonizado em novas frequências através dos quais pode adquirir novas informações. No entanto, isso requer prática," orienta a pesquisadora.
Pensamento ampliado
Raami acrescenta que, mesmo que a intuição seja superior ao raciocínio em determinadas situações, os melhores resultados geralmente podem ser obtidos através da combinação destes dois modos de pensar.
"Não é uma questão de um ou outro, mas da integração da razão e da intuição. Então podemos falar sobre 'pensamento ampliado'," conclui a pesquisadora.
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