06/01/2012

Pobres têm mais empatia e compaixão do que ricos

Redação do Diário da Saúde

Incapaz de ver o sofrimento

As pessoas das classes socioeconômicas mais baixas são mais sensíveis ao sofrimento de outras pessoas.

Além disso, essas pessoas são mais rápidas para expressar sua compaixão do que os mais afluentes.

Assim, as diferenças emocionais entre ricos e pobres têm uma fundamentação científica, afirmam Jennifer Stellar e seus colegas da Universidade de Berkeley (EUA).

Segundo eles, não é que os ricos não se importem com o sofrimento dos outros, é que eles não foram treinados para perceber o sofrimento dos outros.

Cultura da compaixão e da cooperação

Segundo a pesquisa, as pessoas das classes média e alta têm uma menor capacidade de detectar e responder aos sinais de estresse e dor dos outros.

No geral, o estudo indica que o status socioeconômico é diretamente correlacionado com o nível de empatia e compaixão que as pessoas demonstram em face de situações emocionalmente carregadas.

"Não é que as pessoas das classes mais altas tenham um coração gelado. Elas apenas não reconhecem as dicas e sinalizações do sofrimento porque elas não tiveram que lidar com muitos obstáculos em suas vidas," propõe a Dra. Stellar.

Estas conclusões contestam estudos anteriores, que têm caracterizado as pessoas das classes mais baixas como sendo mais suscetíveis à ansiedade e à hostilidade em face da adversidade.

"Os resultados mais recentes indicam que há uma cultura da compaixão e da cooperação entre os indivíduos das classes mais baixas, que pode surgir das ameaças que elas enfrentam ao seu bem-estar," confirma Stellar.

Cooperação versus competição

Os pesquisadores salientam o fato de que seu estudo está sendo publicado em um momento de tensão entre as classes mais baixas e as classes mais ricas, como expresso no movimento de ocupação dos grandes centros financeiros.

Em vez de aumentar essa divisão entre as classes, Stellar afirma que espera que o estudo promova o entendimento entre as diversas classes.

Por exemplo, diz ela, os resultados sugerem que as pessoas de baixo status socioeconômico podem se sair melhor em ambientes cooperativos do que os mais ricos.

"Os indivíduos das classes mais altas parecem ser mais focados em si mesmos [do que na coletividade]. Eles parecem ser melhores em ambientes competitivos e individualistas," conclui a pesquisadora.

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