As gerações de europeus que viveram imediatamente após o fim da Peste Negra, que atingiu o continente no século 14, foram compostas por indivíduos mais fortes e saudáveis que as gerações imediatamente anteriores.
A antropóloga Sharon De Witte, da Universidade da Carolina do Sul (EUA), chegou a essa conclusão extrapolando os dados de amostras retiradas de cemitérios londrinos usados antes e depois da praga, que eliminou pelo menos 30% da população europeia.
A autora nota que estudos anteriores já haviam determinado que a peste não matava de modo indiscriminado, mas "selecionava" suas vítimas entre as pessoas que já eram mais fracas e de saúde frágil.
"Dado que a mortalidade associada à Peste Negra foi extraordinariamente alta e seletiva, a epidemia medieval pode ter moldado os padrões de saúde e a demografia da população sobrevivente", escreve De Witte em seu artigo, publicado no periódico PLoS ONE.
Depois de comparar dados demográficos e as amostras dos cemitérios, onde esqueletos foram analisados para definição de longevidade e saúde, a autora conclui: "Os resultados deste estudo indicam que a mortalidade e a taxa de sobrevivência melhoraram nas gerações seguintes à Peste Negra (...). Estes resultados põem em evidência o poder das doenças infecciosas em moldar padrões de saúde e demografia de populações inteiras, tanto no curto quanto no longo prazo".
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