21/10/2020

Descobertas novas glândulas salivares no corpo humano

Redação do Diário da Saúde
Descobertas novas glândulas salivares no corpo humano
A descoberta só foi possível com o desenvolvimento de um novo tipo de exame mais preciso.
[Imagem: Matthijs H. Valstar et al. - 10.1016/j.radonc.2020.09.034]

Novas glândulas salivares

Acostumados com os chavões de que vivemos em uma era de alta tecnologia, pode parecer estranho que nem mesmo conheçamos todos os órgãos do corpo humano.

De fato, cinco novos órgãos do corpo humano foram descobertos apenas nos últimos cinco anos.

Na verdade seis, porque Matthijs Valstar e colegas do Instituto do Câncer dos Países Baixos acabam de descobrir mais um órgão "bem debaixo dos nossos olhos" - ou atrás dos nossos narizes, como queira.

Como cirurgião maxilofacial, Valstar estava testando um novo tipo de tomografia quando que, na parte posterior da nasofaringe, surgiram duas áreas inesperadas, ainda não catalogadas.

Exames mais detalhados e análises locais mostraram que as imagens revelavam glândulas salivares ainda desconhecidas, pequenas demais para serem reveladas por qualquer outro tipo de exame.

"As pessoas têm três conjuntos de glândulas salivares grandes, mas não lá. Até onde sabemos, as únicas glândulas salivares ou mucosas na nasofaringe são microscopicamente pequenas, e até 1.000 estão uniformemente espalhadas por toda a mucosa. Então, imagine nossa surpresa quando as encontramos," disse o professor Wouter Vogel.

Descobertas novas glândulas salivares no corpo humano
Os principais beneficiados com a descoberta serão os pacientes de radioterapia.
[Imagem: NKI]

Proteção para radioterapia

A equipe confirmou que todas as 100 pessoas que haviam feito exames com a nova técnica tinham um conjunto dessas glândulas - esses pacientes fizeram um novo tipo de exame, chamado PSMA PET/CT, feito por causa de seu câncer de próstata.

As glândulas salivares aparecem claramente neste tipo de imagem. "As duas novas áreas que se iluminaram revelaram ter também outras características das glândulas salivares," disse Valstar, que confirmou a descoberta no tecido de dois corpos humanos que eles estudaram junto com colegas do Centro Médico Universitário de Amsterdã. "Nós as chamamos de glândulas tubárias, em referência à sua localização anatômica."

E a descoberta é importante para o tratamento dos pacientes. Por exemplo, as radioterapias para cânceres de cabeça e pescoço geralmente danificam as glândulas salivares, o que leva a complicações como dificuldades para comer, engolir ou falar. Sabendo da existência destas novas glândulas, os especialistas podem desenvolver novos protocolos de radioterapia com vistas a preservá-las.

"Nosso próximo passo é descobrir como podemos poupar melhor essas novas glândulas e em quais pacientes. Se pudermos fazer isso, os pacientes poderão sentir menos efeitos colaterais, o que beneficiará sua qualidade de vida geral após o tratamento," disse Vogel.

Checagem com artigo científico:

Artigo: The tubarial salivary glands: A potential new organ at risk for radiotherapy
Autores: Matthijs H. Valstar, Bernadette S. de Bakker, Roel J. H. M. Steenbakkers, Kees H. de Jong, Laura A. Smit, Thomas J. W. Klein Nulent, Robert J. J. van Esfg, Ingrid Hofland, Bart de Keizer, Bas Jasperse, Alfons J. M. Balm, Arjen van der Schaaf, Johannes A. Langendijk, Ludi E. Smeele, Wouter V. Vogel
Publicação: Radiotherapy & Oncology
DOI: 10.1016/j.radonc.2020.09.034
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