16/12/2015

Bactérias resistentes ao último antibiótico já se espalharam

Com informações da New Scientist
Bactérias resistentes ao
Com a dificuldade em descobrir novos medicamentos, pesquisadores estão testando eletricidade como alternativa aos antibióticos.
[Imagem: Sujala T. Sultana et al. - 10.1038/srep14908]

Colistina

Como se temia, a última barreira de resistência contra as infecções bacterianas caiu.

No mês passado, Yi-Yun Liu e seus colegas da Universidade Agrícola do Sul da China descobriram um gene de resistência à colistina em gado infectado, na carne e em seres humanos.

A resistência à colistina - o antibiótico mais forte disponível, usado para combater bactérias resistentes a outros medicamentos - já havia sido detectada antes. Contudo, desta vez a mutação surgiu numa forma em que é facilmente compartilhada entre as bactérias, o gene MRC-1, pode passar facilmente de uma bactéria para outra. Por isso, os pesquisadores chineses alertaram que essa mutação poderia se tornar global.

O que eles não desconfiavam é que a mutação já havia se globalizado.

Gene global

Bactérias portadoras do gene MRC-1, que lhes permite resistir às polimixinas, os antibióticos de última instância para alguns tipos de infecção, foram agora encontradas na Dinamarca.

A equipe do Dr. Frank Aarestrup, da Universidade Técnica da Dinamarca, encontrou as bactérias mutadas em um paciente com uma infecção no sangue e em cinco amostras de carne de frango importada da Alemanha entre 2012 e 2014.

Não foi possível rastrear a origem da carne, e os pesquisadores não descartam a possibilidade de que ela tenha sido importada, não se originando em animais criados na Alemanha.

Os genes encontrados na Dinamarca são os mesmos identificados na China, sugerindo o MCR-1 está viajando pelo mundo, em vez de ter surgido de forma independente em cada lugar.

A principal suspeita é que a mutação genética tenha surgido inicialmente em animais de criação que receberam o antibiótico colistina para crescerem mais rápido.

Polimixina

A descoberta significa que as bactérias gram-negativas, que causam infecções comuns no intestino, no trato urinário e no sangue, agora podem tornar-se "pan-resistentes", portando genes que as tornam capazes de resistir a todos os antibióticos hoje disponíveis.

Isto fará com que algumas infecções se tornem incuráveis, a menos que novos tipos de antibióticos sejam descobertos.

A colistina, a polimixina mais comum, é um tratamento de último recurso para infecções com bactérias como a E. coli e Klebsiella que resistem a todos os outros antibióticos disponíveis.

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