17/11/2022

Marcapasso mais fino que papel passa em primeiros testes em cobaias

Redação do Diário da Saúde
Marcapasso mais fino que papel começa a ser testado em cobaias
O aparelho é fixado ao epicárdio usando um adesivo de hidrogel.
[Imagem: Jae Chul Hwang et al. - 10.1126/sciadv.abq0897]

Marcapasso adesivo

Cientistas coreanos fabricaram e testaram com sucesso um dispositivo cardíaco ultrafino, parecido com um curativo, que consegue monitorar os batimentos cardíacos e aplicar estímulos elétricos caso seja necessário.

Hoje, essas funções são desempenhadas por dispositivos volumosos e intrusivos, como os marcapassos e os desfibriladores. Embora possam ser consideradas "máquinas milagrosas", tendo salvo milhões de vidas, a cirurgia necessária para implantar esses equipamentos é complicada e pode ser arriscada.

O novo aparelho, por outro lado, possui um adesivo que permite que ele grude diretamente em um órgão úmido, como o coração.

O aparelho consiste em uma matriz ativa de transistores sensíveis à pressão, que funcionam como sensores para detectar os batimentos cardíacos, ligados a eletrodos de baixa impedância, que disparam os pulsos elétricos para estimular o coração e interromper as arritmias.

Os pesquisadores acreditam que essa tecnologia poderá vir a substituir os marcapassos, evitandos riscos cirúrgicos desnecessários. Até agora, a equipe testou o aparelho apenas em coelhos e em um coração artificial, mas os resultados excelentes indicam que essa é uma tecnologia promissora, que merece estudos e testes mais aprofundados.

Substituto para o marcapasso?

A causa genérica da arritmia cardíaca está no funcionamento inadequado dos impulsos elétricos que devem coordenar os batimentos cardíacos.

Às vezes, as arritmias cardíacas são imperceptíveis ou simplesmente um pequeno aborrecimento, mas em certas situações elas podem representar um risco de vida. Se o problema se tornar grave o suficiente, a implantação cirúrgica de um marcapasso pode ser a única opção.

Além de ser menos invasiva, um dos aspectos mais promissores dessa nova tecnologia está na sua espessura, extremamente fina. A folha de sensores mede apenas 38 micrômetros. Para comparação, os pêlos humanos geralmente têm entre 17 e 180 micrômetros de espessura, enquanto um marcapasso padrão tem o tamanho de uma caixa de fósforos.

Certamente ainda há trabalho a ser feito antes que esses marcapassos mais finos que papel possam substituir os aparelhos convencionais em uma escala significativa. Mas o caminho para chegar lá começará por testes em animais maiores e em acompanhamentos de longo prazo, para verificar a confiabilidade da tecnologia.

Checagem com artigo científico:

Artigo: In situ diagnosis and simultaneous treatment of cardiac diseases using a single-device platform
Autores: Jae Chul Hwang, Moohyun Kim, Sumin Kim, Hunkyu Seo, Soohwan An, Eui Hwa Jang, Seung Yeop Han, Mi Jung Kim, Nam Kyun Kim, Seung-Woo Cho, Sak Lee, Jang-Ung Park
Publicação: Science Advances
DOI: 10.1126/sciadv.abq0897
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