05/07/2023

Novo tratamento genérico pode lidar com vários tipos de câncer

Redação do Diário da Saúde
Novo tratamento genérico pode lidar com vários tipos de câncer
O tratamento funcionou mesmo quando os cientistas não sabiam onde estava o tumor.
[Imagem: RIKEN]

Radioterapia focalizada

Pesquisadores japoneses apresentaram uma nova técnica que tem potencial para tratar vários tipos de câncer de modo genérico, além de apresentar menos efeitos colaterais negativos do que os métodos atualmente disponíveis, como a quimioterapia e a radioterapia.

Os experimentos de prova de conceito mostraram que os tumores em camundongos tiveram uma redução no crescimento em quase três vezes, e a sobrevivência foi de 100% após apenas uma injeção do composto radioterápico.

O composto foi projetado para emitir pequenas quantidades de radiação alfa no interior das células cancerígenas, matando-as, mas poupando o tecido saudável em volta, alcançando um direcionamento muito mais preciso do que as técnicas convencionais.

"Descobrimos que apenas uma injeção no tumor, com apenas 70 kBq de radioatividade, foi extremamente eficaz no direcionamento e eliminação das células tumorais," disse o Dr. Katsunori Tanaka, do Instituto Riken. "Mesmo injetando o composto de tratamento na corrente sanguínea, conseguimos resultados semelhantes. Isso significa que podemos usar esse método para tratar câncer em estágio inicial, mesmo que não saibamos onde está o tumor".

Novo tratamento genérico pode lidar com vários tipos de câncer
Os pesquisadores primeiro desecobriram como localizar o tumo (linha superior) e depois como destruí-lo (embaixo).
[Imagem: Yudai Ode et al. - 10.1039/d3sc02513f]

Detectar e destruir

A nova técnica se baseia na química básica e no fato de que um composto, chamado acroleína, se acumula nas células cancerígenas. A equipe já havia desenvolvido um método para detectar o câncer, anexando uma molécula fluorescente à acroleína para detectar onde os tumores estão.

Agora, em vez de simplesmente detectar as células cancerígenas, a equipe usou suas moléculas para matar essas células, substituindo as moléculas fluorescentes sinalizadoras por astatina-211, um radionuclídeo que emite uma pequena quantidade de radiação na forma de uma partícula alfa.

Em comparação com outras formas de radioterapia, as partículas alfa são um pouco mais mortais para o câncer, mas só podem viajar cerca de um vigésimo de milímetro, podendo ser detidas até por um pedaço de papel. Contudo, se elas chegarem ao interior das células cancerígena, elas fazem seu trabalho dentro da célula, mas não muito além, o que explica porque o novo tratamento praticamente não apresenta efeitos colaterais.

O próximo passo é encontrar uma empresa farmacêutica parceira para iniciar os testes clínicos em humanos usando este novo método para tratar o câncer.

Checagem com artigo científico:

Artigo: Therapeutic efficacy of 211At-radiolabeled 2,6-diisopropylphenyl azide in mouse models of human lung cancer
Autores: Yudai Ode, Ambara R. Pradipta, Peni Ahmadi, Akihiro Ishiwata, Akiko Nakamura, Yasuko Egawa, Yuriko Kusakari, Kyohei Muguruma, Yang Wang, Xiaojie Yin, Nozomi Sato, Hiromitsu Habac, Katsunori Tanaka
Publicação: Chemical Science
DOI: 10.1039/d3sc02513f
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