03/04/2017

Por que você deve conversar sobre raça e etnia com seus filhos

Redação do Diário da Saúde
Por que você deve conversar sobre raça e etnia com seus filhos
"Os pais precisam abrir estas linhas de comunicação com seus filhos, se ainda não o fizeram. É como sexo e drogas."
[Imagem: Univ.Michigan]

Conversar sobre raça

Adolescentes mais seguros com sua identidade racial - qualquer que seja ela - têm amizades mais diversificadas e enfrentam menos preconceitos.

A exemplo, contudo, do que acontece com a sexualidade e com as drogas, é comum que as crianças e adolescentes procurem respostas para entender melhor sua identidade racial mais entre os amigos e na mídia do que conversando diretamente com seus pais.

"Os pais precisam abrir estas linhas de comunicação com seus filhos, se ainda não o fizeram. É como sexo e drogas - você quer ser a pessoa com quem o seu filho pode conversar, fazer perguntas. Neste caso, o assunto é raça," recomenda a professora Deborah Rivas-Drake, da Universidade de Michigan (EUA).

Deborah e seus alunos investigaram como o bem-lidar com a própria identidade étnico-racial pode afetar as redes de amizade entre os jovens em um ambiente diversificado, bem como seus parceiros ao longo do tempo, e como isso afeta o bem-estar futuro dessas crianças.

Exploração e aceitação

Os pesquisadores usaram dois conceitos-chave envolvendo a identidade étnico-racial: exploração da identidade racial e aceitação dessa identidade.

A exploração do tema ajuda a criança a expandir o conhecimento do grupo no qual se insere - neste caso, na escola. Quanto mais aprendem, mais preparadas estão para encarar a sociedade, disse Deborah. Já a resolução significa ter mais clareza sobre o que é pertencer a uma raça ou etnia.

Cerca de 353 crianças, em um grupo racialmente diversificado, que estavam na 6ª e 7ª séries, completaram uma pesquisa sobre seus comportamentos após assistirem aulas e palestras sobre sua etnia e sobre suas amizades. Seis meses e um ano depois responderam a pesquisas de acompanhamento.

Os meninos que demonstraram maior clareza sobre sua etnia ou raça tinham amigos mais diversificados no início do ano letivo seguinte e nas pesquisas de acompanhamento.

Deborah afirma que ter amizades mais diversificadas pode levar a menos preconceito, porque os adolescentes são capazes de aprender mais sobre outros grupos - além de potencialmente se sentir emocionalmente mais confortáveis entre eles.

Não foram detectadas associações semelhantes entre as meninas, que no geral já demonstraram uma tendência a ter mais amizades racialmente diversificadas.

Convivência

Os pesquisadores também exploraram a extensão de quão cedo os adolescentes selecionaram amigos mais semelhantes a eles.

Muitos grupos ficam unidos e seguem a linha étnica-racial como o esperado, mas as crianças do estudo ainda procuraram alguns amigos de outros grupos raciais, disse Deborah. Quando optaram por expandir as amizades, eles se empenharam para aprender sobre as identidades dos colegas.

"Desta maneira, jovens de diferentes grupos étnico-raciais têm mais possibilidades de formar novas conexões com base no compromisso compartilhado durante o processo de desenvolvimento de suas identidades," afirmou.

Os resultados foram publicados na revista Child Development, que lida com a identidade étnica e racial na juventude.

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