05/05/2025

Olhos de ouro: Nanopartículas poderão restaurar a visão

Redação do Diário da Saúde
Olhos de ouro: Nanopartículas poderão restaurar a visão
O conceito envolve injetar nanopartículas de ouro na retina, e então energizá-las com um laser, substituindo as células fotorreceptoras danificadas.
[Imagem: Jiarui Nie / Brown University]

Ouro nos olhos

Dentes de ouro já tiveram seus dias de glória, antes da existência das modernas resinas. Mas, e que tal "olhos de ouro"?

Especificamente, cientistas demonstraram que nanopartículas de ouro - pedaços microscópicos de ouro, milhares de vezes mais finos que um fio de cabelo humano - poderão ser usadas para ajudar a restaurar a visão em pessoas com degeneração macular e outros distúrbios da retina.

Quando injetadas na retina de camundongos com distúrbios visuais devido a problemas nessa seção posterior do olho, as nanopartículas de ouro estimularam o sistema visual e restauraram a visão. Isso aponta para um novo tipo de sistema de prótese visual, no qual as nanopartículas, usadas em combinação com um pequeno dispositivo a laser usado em óculos, poderá ajudar pessoas com distúrbios da retina a enxergar novamente.

"Este é um novo tipo de prótese retiniana que tem o potencial de restaurar a visão perdida devido à degeneração retiniana sem exigir nenhum tipo de cirurgia complexa ou modificação genética," disse Jiarui Nie, da Universidade Brown (EUA). "Acreditamos que esta técnica pode transformar os paradigmas de tratamento para doenças degenerativas da retina."

Antes disso, porém, será necessário testar a nova terapia em animais maiores e, depois, em humanos.

Fotorreceptores artificiais

Distúrbios da retina, como degeneração macular e retinite pigmentosa danificam células sensíveis à luz na retina, chamadas fotorreceptores - os cones e bastonetes que convertem a luz em pulsos elétricos. Esses pulsos elétricos estimulam outros tipos de células mais acima na cadeia visual, chamadas células bipolares e ganglionares, que processam os sinais fotorreceptores e os enviam ao cérebro.

Esta terapia experimental utiliza nanopartículas injetadas diretamente na retina para contornar os fotorreceptores danificados. Quando a luz infravermelha é focada nas nanopartículas, elas geram uma pequena quantidade de calor que ativa as células bipolares e ganglionares de modo semelhante aos pulsos fotorreceptores. Como distúrbios como a degeneração macular afetam principalmente os fotorreceptores, deixando as células bipolares e ganglionares intactas, a estratégia tem o potencial de restaurar a visão perdida.

Para uso humano, os pesquisadores vislumbram um sistema que combinará as nanopartículas com um sistema de laser montado em óculos. Câmeras nos óculos coletariam dados de imagem do mundo externo e os usariam para controlar a luz emitida por um laser infravermelho. Os pulsos de laser assim controlados estimulariam as nanopartículas na retina das pessoas para produzir algo equivalente aos píxeis de uma imagem digital, permitindo que a pessoa volte a enxergar.

Checagem com artigo científico:

Artigo: Intravitreally Injected Plasmonic Nanorods Activate Bipolar Cells with Patterned Near-Infrared Laser Projection
Autores: Jiarui Nie, Kyungsik Eom, Hafithe M. AlGhosain, Alexander Neifert, Aaron Cherian, Gaia Marie Gerbaka, Kristine Y. Ma, Tao Liu, Jonghwan Lee
Publicação: ACS Nano
DOI: 10.1021/acsnano.4c14061
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