Conservadores versus ciência
Indivíduos que se autodefinem politicamente como conservadores confiam menos na ciência do que se pensava anteriormente.
Os conservadores não só desconfiam da ciência que não corresponde à sua visão de mundo, como também, em comparação com os progressistas, têm uma menor confiança na ciência de áreas que contribuem para o crescimento econômico e a produtividade.
Além disso, os cientistas tentaram fazer breves intervenções, tentando fortalecer a confiança dos voluntários na ciência, mas essas intervenções tiveram pouco efeito.
Apesar de conduzido por cientistas da Universidade de Amsterdã, nos Países Baixos, a pesquisa foi realizada com voluntários dos EUA.
Mas a equipe não se espantou com os resultados, apenas com o nível de desconfiança. "Nos Estados Unidos, mas também em outros países, os conservadores geralmente têm menos confiança na ciência. Desde a década de 1980, a confiança na ciência entre os conservadores nos Estados Unidos vem despencando," disse o pesquisador Bastiaan Rutjens.
A ciência ajuda a resolver grandes problemas da humanidade, mas se as pessoas não confiarem em suas conclusões, será menos provável que elas aceitem recomendações dos cientistas. Parte da explicação é que as descobertas científicas não se alinham com as convicções políticas ou econômicas dos conservadores.
Conservadores não gostam da ciência
Os pesquisadores entrevistaram 7.800 norte-americanos adultos sobre suas opiniões sobre 35 diferentes profissões científicas, desde antropólogos e biólogos até físicos atômicos, e então examinaram as diferenças nas respostas entre pessoas que se identificaram como conservadoras ou progressistas (ou liberais).
Os progressistas demonstram mais confiança do que os conservadores em todas as 35 profissões científicas examinadas - não apenas em áreas alinhadas com suas prioridades, como mudanças climáticas ou inclusão, mas também em áreas voltadas para a indústria. No entanto, as diferenças nos níveis de confiança não foram totalmente uniformes, com níveis variando dependendo da área científica.
A diferença foi particularmente grande em relação aos climatologistas, pesquisadores médicos e cientistas sociais. "Isso provavelmente ocorre porque as descobertas nessas áreas frequentemente entram em conflito com crenças conservadoras, como uma economia de livre mercado ou políticas sociais conservadoras," opinou Rutjens.
A diferença de confiança foi menor em disciplinas técnicas e aplicadas, como a química industrial. "Essas áreas são mais focadas no crescimento econômico e na produtividade," comentou Rutjens. "Mas continua impressionante que, mesmo aqui, os conservadores demonstrem menor confiança. Sua desconfiança se estende à ciência como um todo."
Outra descoberta impressionante foi que nenhuma das cinco intervenções conseguiu aumentar a confiança dos conservadores nos cientistas. Mesmo quando a mensagem estava bem alinhada com seus valores, sua atitude praticamente não mudou. "Isso sugere que a desconfiança deles está profundamente enraizada e não é facilmente alterada," disse Rutjens.
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