13/05/2025

Nós não apenas ouvimos música, nós nos tornamos a música

Redação do Diário da Saúde
Nós não apenas ouvimos música, nós nos tornamos a música
Nossos corpos "se tornam" a própria música, tornando-se parte dela, propõem os cientistas.
[Imagem: Eleanor E. Harding et al. - 10.1038/s41583-025-00915-4]

Teoria da Ressonância Neural

Nossos cérebros e corpos não apenas compreendem a música, como também ressoam fisicamente com ela.

Esta é a mais recente descoberta de uma linha de pesquisa que reuniu especialistas em neurociência, música e psicologia, e que vem dar suporte à chamada Teoria da Ressonância Neural (TRN).

A TRN sustenta que, em vez de depender de expectativas ou previsões aprendidas, as experiências musicais surgem das oscilações naturais do cérebro que se sincronizam com o ritmo, a melodia e a harmonia. Essa ressonância molda nosso senso de ritmo, o prazer musical e o instinto de nos movermos com a batida.

"Essa teoria sugere que a música é poderosa não apenas porque a ouvimos, mas porque nossos cérebros e corpos se tornam ela," explica a professora Caroline Palmer, da Universidade McGill (Canadá). "Isso tem grandes implicações para a terapia, a educação e a tecnologia."

Nós não apenas ouvimos música, nós nos tornamos a música
Musicoterapia: O que torna uma música mais curativa do que as outras?
[Imagem: Clem Onojeghuo/Unsplash-Daniel Paxton]

Neurodinâmica musical

A teoria sugere que estruturas como pulso e harmonia refletem padrões ressonantes estáveis no cérebro, compartilhados entre as pessoas independentemente da sua formação musical. De acordo com a TRN (Teoria da Ressonância Neural), a forma como ouvimos e produzimos música pode ser explicada por princípios dinâmicos fundamentais dos mecanismos cerebrais humanos, que se aplicam desde o ouvido até a medula espinhal e os movimentos dos membros.

Os pesquisadores afirmam que esta descoberta e a teoria que a embasa têm aplicações práticas, incluindo:

  • Ferramentas terapêuticas para condições como AVC, Parkinson e depressão.
  • Programas de inteligência artificial emocionalmente inteligentes, que possam responder ou gerar música de forma mais semelhante à dos humanos.
  • Novas tecnologias de aprendizagem para apoiar o ensino de ritmo e tom.
  • Uma visão intercultural sobre por que a música conecta pessoas ao redor do mundo.

Checagem com artigo científico:

Artigo: Musical neurodynamics
Autores: Eleanor E. Harding, Ji Chul Kim, Alexander P. Demos, Iran R. Roman, Parker Tichko, Caroline Palmer, Edward W. Large
Publicação: Nature Reviews Neuroscience
Vol.: 26, pages 293-307
DOI: 10.1038/s41583-025-00915-4
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