
Pílula de betaína
A tão esperada, e tão polêmica, pílula do exercício, pode estar mais perto da realidade graças ao trabalho de Lingling Geng e uma enorme equipe de várias instituições médicas e de pesquisas da China.
O exercício físico desencadeia uma cascata antienvelhecimento em todo o corpo, e os cientistas conseguiram agora mapearam como isso acontece, descobrindo uma substância mediadora desses efeitos, o que abre caminho para que um simples composto tomado oralmente possa imitá-los.
Ao acompanhar voluntários durante períodos de repouso, exercícios intensos e treinamento de resistência, os pesquisadores descobriram que os rins funcionam como o centro de comando, produzindo e enviando para todo o corpo um metabólito chamado betaína, que restaura o equilíbrio, rejuvenesce as células imunológicas e reduz a inflamação.
Ainda mais surpreendente, a administração de betaína isoladamente reproduziu muitos dos benefícios do treinamento de longo prazo, desde uma cognição mais apurada até a redução da inflamação.
A betaína é uma pequena molécula que também é encontrada em alimentos como beterraba e espinafre, mas o corpo a produz naturalmente. Neste estudo, ela se revelou um importante sinalizador que ajuda a coordenar os benefícios antienvelhecimento do exercício físico a longo prazo.
É uma surpresa que os rins desempenhem o papel fundamental na regulação da resposta do organismo aos exercícios físicos. Durante o treinamento prolongado, os rins respondem com um aumento significativo de betaína, o que ajuda a enviar sinais protetores e antienvelhecimento para todo o corpo.
Paradoxo do exercício
O estudo também ajuda a explicar o "paradoxo do exercício", em que um único treino intenso causa estresse, mas o treinamento a longo prazo melhora a saúde geral. Uma corrida curta desencadeou inflamação temporária e "caos metabólico", enquanto o treinamento regular restaurou o equilíbrio e fortaleceu o sistema imunológico.
Exercícios físicos regulares melhoraram a microbiota intestinal, aumentaram as defesas antioxidantes e reverteram alterações relacionadas à idade nas células T, estabilizando o DNA e ajustando marcas epigenéticas, como a redução da expressão de ETS1 (fator de transcrição Ets1), uma proteína envolvida em funções celulares importantes, como a regulação da resposta imune e a diferenciação celular.
Os rins também aumentaram a produção de betaína por meio da atividade da enzima CHDH. Notavelmente, a administração de betaína isoladamente proporcionou muitos dos mesmos benefícios do treinamento, incluindo melhor metabolismo, melhora da função cognitiva, redução do comportamento depressivo em camundongos idosos e diminuição da inflamação em todo o corpo.
Ou seja, o sonho dos cientistas em criar uma pílula do exercício pode não apenas estar mais perto da realidade, como ser mais simples do que se acreditava: Um comprimido de betaína pode ser suficiente, mas essa conclusão definitiva exigirá pesquisas adicionais em ensaios clínicos.
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