Anticoncepcionais afetam emoções
A quase totalidade das mulheres adultas toma anticoncepcionais. Mas a prevenção da gravidez não é a única razão para isso: Muitas mulheres tomam anticoncepcionais para controlar condições como endometriose, síndrome dos ovários policísticos e ciclos irregulares.
Não é preciso muita pesquisa científica - muitas mulheres podem atestar isso - para comprovar que esses medicamentos podem afetar mais do que o corpo, gerando efeitos psicológicos que vão das alterações de humor aos altos e baixos emocionais.
Mas uma nova pesquisa científica revelou agora que esses efeitos podem ser mais complexos e, de certa forma, surpreendentes: Os anticoncepcionais hormonais parecem moldar a maneira como as mulheres vivenciam as emoções no momento e como elas se lembram de eventos emocionais mais tarde.
Os pesquisadores compararam mulheres que usavam contraceptivos hormonais com mulheres que estavam em ciclo natural. As participantes visualizaram imagens positivas, negativas e neutras enquanto aplicavam diferentes estratégias de regulação emocional, como distanciamento, reinterpretação ou imersão, e posteriormente realizaram um teste de memória.
Mulheres que usavam contraceptivos hormonais demonstraram reações emocionais mais intensas em comparação com mulheres em ciclo natural. Quando usaram estratégias como distanciamento ou reinterpretação, elas se lembraram de menos detalhes de eventos negativos, embora sua memória geral tenha permanecido intacta. Em outras palavras, elas conseguiam se lembrar do evento geral, mas não de todos os detalhes. Essa lacuna pode, na verdade, ser útil, permitindo que as mulheres sigam em frente em vez de reviver detalhes desagradáveis. Estratégias como a imersão impulsionaram a memória para imagens positivas em ambos os grupos, tornando os momentos felizes mais evidentes.
"O controle hormonal da natalidade faz mais do que prevenir a gravidez - ele também influencia áreas do cérebro envolvidas nas emoções e na memória, que são essenciais para a saúde mental," disse a professora Beatriz Brandão, da Universidade Rice (EUA). "Para as mulheres, as descobertas destacam o que muitas suspeitavam há muito tempo: O controle da natalidade pode afetar mais do que a saúde reprodutiva."
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