Fibrilação atrial entre atletas
A ciência frequentemente se depara com alguns paradoxos que fogem das explicações mais apressadas. Por exemplo, pessoas com excesso de peso rotineiramente saem-se melhor em termos de saúde do que aquelas com peso dentro da meta, e atletas muitas vezes apresentam mais problemas de saúde do que pessoas com um preparo físico mediano.
Reforçando esse último exemplo, um novo estudo envolvendo 121 ex-remadores de elite da Austrália, atletas de nível olímpico, revelou que um em cada cinco desses atletas desenvolve fibrilação atrial, um nível muito acima da população em geral - a fibrilação atrial é uma arritmia cardíaca associada a maior propensão a acidentes vasculares.
Os remadores, todos já fora do esporte, têm quase sete vezes mais probabilidade de desenvolver fibrilação atrial do que a população em geral, apesar de terem muito menos fatores de risco para essa condição, como pressão alta, diabetes e obesidade.
"Este estudo nos diz para não ignorar o homem ou a mulher com quadris definidos na sala de espera do médico. Nosso estudo comprova que a fibrilação atrial é um efeito colateral de exercícios de resistência e pode ter consequências graves se não for detectada. Com as novas informações que este estudo traz, a fibrilação atrial pode ser identificada precocemente e tratada. Alguns desses atletas não sabiam que tinham fibrilação atrial até que os examinamos, já que é uma doença que pode se desenvolver sem nenhum sintoma externo," disse o professor André La Gerche, coordenador da pesquisa.
Não é para desencorajar
Alterações nos corações de atletas de elite são bem documentadas na literatura médica e científica, e incluem câmaras cardíacas dilatadas e frequências cardíacas mais lentas, sendo ambas mudanças adaptativas saudáveis.
Para este estudo, foram analisados 121 ex-remadores de elite com idades entre 45 e 80 anos, sendo cerca de 25% mulheres.
"Não devemos esquecer que os atletas vivem vidas mais saudáveis por mais tempo. Esta pesquisa não deve desencorajar as pessoas de praticar esportes como o remo. Nosso trabalho é tornar o esporte seguro para todos e este estudo é um avanço importante na prevenção de lesões cardíacas," concluiu La Gerche.
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