18/01/2019

Bondade traz felicidade duradoura

Redação do Diário da Saúde

Felicidade com bondade

Se já não bastasse o fato de que alcançar a felicidade é algo difícil por si só, ocorre que a satisfação que sentimos depois de uma atividade ou evento qualquer diminui a cada vez que experimentamos essa atividade ou evento novamente.

A boa notícia é que parece haver uma exceção a essa regra, que nos permite manter a felicidade por mais tempo. Essa exceção ocorre graças ao que os psicólogos chamam de "adaptação hedônica", um jeito de nos acostumarmos com aquilo que nos satisfaz.

Diferentes tipos de experimentos com voluntários mostraram que a felicidade não diminuiu, ou diminuiu muito mais lentamente, quando esses voluntários repetidamente se concentravam em fazer o bem aos outros, em vez de a si próprios.

Sim, em busca da felicidade, você faz o bem a outros, não a si mesmo, e então alcança o patamar mais duradouro de felicidade.

A conclusão é dos professores Ed O'Brien (Universidade de Chicago) e Samantha Kassirer (Universidade Northwestern), que publicaram seu trabalho na revista Psychological Science.

Os resultados são consistentes com experimentos anteriores, que mostraram que a felicidade é obtida por meio da bondade e que a felicidade aparece junto com pessoas, não com coisas.

Bondade traz felicidade

No primeiro experimento, os estudantes receberam cinco dólares todos os dias, durante cinco dias, devendo gastar o dinheiro exatamente com mesma coisa de que gostassem todas as vezes - sorvetes, por exemplo.

O detalhe é que os estudantes foram aleatoriamente separados em dois grupos: Os do primeiro grupo deviam gastar o dinheiro consigo mesmos, enquanto os do segundo grupo deviam gastar o dinheiro em benefício de outra pessoa - pagar um sorvete para alguém, deixar o dinheiro em um pote de gorjetas, fazer uma doação on-line para a mesma instituição todos os dias etc. Finalmente, os participantes escreviam reflexões sobre sua experiência de gastos e felicidade geral no final de cada dia.

Os dados mostraram um padrão claro: os participantes começaram com níveis semelhantes de felicidade, com aqueles que gastaram dinheiro consigo mesmos relatando um declínio constante na felicidade durante o período de cinco dias. Mas a felicidade não pareceu desvanecer-se para aqueles que gastaram o dinheiro em benefício de outra pessoa. A alegria de doar pela quinta vez consecutiva foi tão forte como na primeira vez.

No segundo experimento, os participantes jogaram 10 rodadas de um jogo de palavras cruzadas. Eles ganhavam cinco centavos por rodada ganha, que podiam guardar ou doar para uma instituição de caridade de sua escolha. Após cada rodada, os participantes relatavam o grau em que a vitória fazia com que se sentissem felizes, exultantes e alegres.

Mais uma vez, a felicidade daqueles que deram seus ganhos diminuiu muito mais lentamente do que a felicidade relatada por aqueles que mantiveram seus ganhos - eles se sentiam felizes cada vez que praticavam a ação bondosa.

"Se você deseja sustentar a felicidade ao longo do tempo, pesquisas anteriores nos dizem que precisamos dar um tempo naquilo que estamos consumindo atualmente e experimentar algo novo. Nossa pesquisa revela que o tipo de coisa pode ser mais importante do que se supunha: Doando repetidamente, mesmo de forma idêntica e para os mesmos outros, podemos continuar a nos sentir relativamente renovados e relativamente satisfeitos quanto mais o fizermos," comentou o professor Ed O'Brien.

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