15/06/2022

Câncer: O que são a metaplasia, a displasia e a neoplasia?

Com informações da Fundação Champalimaud
Câncer: O que são a metaplasia, a displasia e a neoplasia?
E recidiva, recorrência e reincidência, é tudo a mesma coisa?
[Imagem: Fernando Zhiminaicela/Pixabay]

A metaplasia, a displasia e a neoplasia são três processos de transformação celular que podem estar envolvidos no câncer.

O que é metaplasia?

A metaplasia ocorre quando um tipo celular se transforma num outro tipo celular normal, como forma de adaptação a condições ambientais adversas, por exemplo uma inflamação.

Um exemplo de metaplasia é a chamada metaplasia intestinal, na qual células da camada mais superficial do estômago, chamada epitélio, se transformam em células que se assemelham a células intestinais. Em 99% dos casos, a metaplasia intestinal surge no contexto de uma gastrite crônica associada à infecção pela bactéria Helicobacter pylori.

A metaplasia não evolui habitualmente para o câncer. É considerada uma condição pré-neoplásica (ver "neoplasia" abaixo) que deve ser vigiada - se der sinais de progressão, ela deve ser removida.

O que é displasia?

Se a inflamação/infecção não for controlada, a metaplasia pode evoluir para uma displasia. A displasia é um estágio inicial do processo neoplásico.

Um exemplo bem conhecido é a displasia cervical, isto é, o crescimento de células anormais na superfície do colo do útero (o canal que liga a vagina ao útero), associada à infecção sexualmente transmitida por um vírus comum, o HPV (Vírus do Papiloma Humano).

A displasia ligeira, na maioria dos casos, não deverá evoluir para uma neoplasia invasiva. Ela deve, no entanto, ser regularmente vigiada, à procura de sinais de progressão - no caso da displasia cervical, essa vigilância pode se dar através do teste de Papanicolau. Os casos de displasia grave podem necessitar de cirurgia para remover as células anormais, seguida de vigilância contínua.

Neoplasia

Sem tratamento, a displasia pode progredir para uma neoplasia invasiva. Isto acontece quando a acumulação de mutações em determinados genes confere às células a capacidade de se multiplicarem de forma rápida e contínua, escapando aos mecanismos de vigilância e controle do organismo.

No entanto, as neoplasias, comumente mais conhecidas como tumores, nem sempre são invasivas, ou malignas; elas podem ser benignas, quando o seu crescimento é controlado e não há disseminação para outros tecidos/órgãos adjacentes ou à distância.

Portanto, a primeira coisa a fazer perante um tumor é determinar a qual destas duas classes ele pertence: Os tumores malignos, que são os que têm a capacidade de crescer rapidamente e de se espalhar pelo corpo, são aquilo a que genericamente se chama câncer. Ou seja, um tumor benigno não é um câncer.

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