26/09/2022

Células imunológicas usam força bruta para destruir células cancerígenas

Redação do Diário da Saúde
Células imunológicas usam força bruta para destruir células cancerígenas
O processo é complexo e usa forças mecânicas e "brocas de perfuração".
[Imagem: Matt A. Govendir et al. - 10.1016/j.devcel.2022.08.012]

Aperto mortal

Como parte das nossas defesas imunológicas, as células T citotóxicas - ou células T "assassinas" - procuram e destroem células infectadas ou cancerosas. Esse processo é essencial para a defesa do organismo contra doenças.

Essas células imunes especializadas estão armadas com grânulos líticos contendo dois componentes-chave para o ataque imunológico: Perforina (proteínas que perfuram as células-alvo) e granzimas (que entram nas células causadoras de doenças por meio desses orifícios e as matam).

As células T grudam-se nas células doentes que estão alvejando e formam uma junção íntima com elas, chamada de "sinapse imunológica citotóxica".

Pesquisadores australianos descobriram agora que não é só isso: As forças mecânicas geradas pelas células T influenciam diretamente a eficácia com que a perforina consegue perfurar as membranas das células tumorais.

Os pesquisadores detectaram forças físicas dentro das células T que impulsionam os grânulos líticos em direção à sinapse imunológica, onde suas cargas são liberadas. Essas forças também permitem que as células T se agarrem a regiões da membrana da célula cancerosa, onde as membranas das células imunes e alvo são puxadas e manipuladas.

Ao esticar e dobrar as membranas das células tumorais em uma determinada direção, a força mecânica gerada pela células T facilita a penetração da perforina - mas apenas se as membranas celulares estiverem dobradas na direção certa.

"Foi muito emocionante descobrir que, além de sua tensão mecânica e configuração bioquímica, a forma da membrana da célula-alvo desempenha um papel importante na morte de células cancerosas mediadas por células T," disse o professor Daryan Kempe da Universidade de Nova Gales do Sul.

Saber que as forças mecânicas também estão em jogo quando os formadores de poros, como a perforina, perfuram as células-alvo pode ajudar a compreender melhor como essas proteínas funcionam no nível molecular e, em última instância, tirar proveito disso para otimizar a destruição de células do câncer, diz a equipe.

Checagem com artigo científico:

Artigo: T cell cytoskeletal forces shape synapse topography for targeted lysis via membrane curvature bias of perforin
Autores: Matt A. Govendir, Daryan Kempe, Setareh Sianati, James Cremasco, Jessica K. Mazalo, Feyza Colakoglu, Matteo Golo, Kate Poole, Maté Biro
Publicação: Developmental Cell
DOI: 10.1016/j.devcel.2022.08.012
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