Vitamina D e derrame
Pacientes que sofreram AVC (Acidente Vascular Cerebral ou derrame) e que apresentavam baixos níveis de vitamina D sofreram derrames mais graves e apresentaram uma saúde pior após o evento do que pacientes de AVC com níveis normais de vitamina D.
Baixos níveis de vitamina D têm sido associados com lesões neurovasculares - lesões dos vasos sanguíneos principais, que irrigam o cérebro, tronco cerebral e a medula espinhal superior - além do desenvolvimento de doenças cardiovasculares e autoimunes, pressão alta e diversos tipos de câncer.
"Muitas das pessoas que consideramos com alto risco para o desenvolvimento de acidente vascular cerebral têm níveis baixos de vitamina D. Entender a ligação entre a gravidade do AVC e o nível da vitamina D nos ajudará a determinar se devemos tratar a deficiência de vitamina D nesses pacientes de alto risco," disse o Dr. Nils Henninger, professor de neurologia e psiquiatria da Universidade de Massachusetts (EUA).
Henninger e seus colegas mediram os níveis sanguíneos da 25-hidroxivitamina D, um indicador do nível de vitamina D no organismo, para ver se a substância poderia indicar a gravidade do AVC isquêmico e problemas de saúde depois de acidente vascular cerebral. Foram analisados 96 pacientes com AVC tratados entre Janeiro de 2013 e Janeiro de 2014.
Acidentes vasculares cerebrais lacunares e não-lacunares
No geral, os pacientes que tinham níveis baixos de vitamina D - definidos como menos de 30 nanogramas por mililitro (ng/ml) - tiveram áreas de tecido morto resultante da obstrução do fornecimento de sangue cerca de duas vezes maiores em comparação com pacientes com níveis normais de vitamina D.
Essa associação foi semelhante entre os pacientes que sofreram acidentes vasculares cerebrais lacunares (nos quais são afetadas as pequenas artérias do cérebro) e pacientes com acidentes vasculares cerebrais não-lacunares (como os causados por doença carótida ou por um coágulo que teve origem em outro local do corpo).
Para cada 10 ng/mL a menos no nível de vitamina D, a chance de recuperação saudável nos três meses após o AVC diminuiu quase pela metade, independentemente da idade do paciente ou da gravidade inicial do evento.
Henninger e seus colegas ressaltam que o estudo avaliou um número pequeno de pacientes, sendo necessário envolver mais voluntários para que se possa tirar conclusões definitivas sobre a relação entre a vitamina D e a gravidade dos derrames.
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