27/12/2013

Idade não é apenas o número de anos vividos

Redação do Diário da Saúde
Idade não é apenas o número de anos vividos
É cada vez maior a necessidade de repensar a forma como o envelhecimento humano é abordado.
[Imagem: Lewis Hine/Wikimedia]

Idade em múltiplas dimensões

Há poucos dias, a ciência em geral, e o campo da biologia evolutiva em particular, foram sacudidos com a constatação de que envelhecer e morrer não é uma lei da natureza.

O que se descobriu é que nem todas as espécies enfraquecem e se tornam mais propensas a morrer à medida que envelhecem - há mesmo animais que são essencialmente imortais.

Uma dupla de pesquisadores austríacos parecia que já estava intuindo isso e sentindo a necessidade de repensar a forma como o envelhecimento humano é abordado.

Para isso, eles idealizaram um conjunto de ferramentas que, segundo eles, permite "medir a idade em todas as suas dimensões".

A ideia de que a idade não é apenas o número mostrado nas velinhas do bolo está sendo defendida por Warren Sanderson e Sergei Scherbov, do Instituto Internacional para Análise de Sistemas Aplicados (Áustria).

Idade não diz tudo

Até agora, os estudos sobre o envelhecimento populacional têm utilizado apenas uma característica das pessoas - sua idade cronológica.

Os demógrafos falam rotineiramente sobre o envelhecimento da população e seu impacto sobre a renda das famílias, os níveis de emprego e as questões de aposentadoria, tudo com base unicamente na idade cronológica.

Os dois pesquisadores estão propondo uma técnica para medir o envelhecimento com base não na idade, mas nas características que mudam com a idade, incluindo a expectativa de vida, a saúde, a função cognitiva e outras.

"A sua verdadeira idade não é apenas o número de anos que você viveu," defende Scherbov. "Ela também inclui características tais como a saúde, a função cognitiva e as taxas de incapacidade."

Ocorre que, à medida que a longevidade da população aumenta, uma mesma idade não se correlaciona com o mesmo nível de saúde e outras características individuais.

"Nós costumamos considerar as pessoas como idosas aos 65 anos de idade," disse Scherbov. "Hoje, alguém que tem 65 anos pode ser mais parecido como alguém que tinha 55 há 40 ou 50 anos em termos de muitos aspectos importantes de suas vidas."

Os dois pesquisadores defendem que as recomendações políticas com relação ao envelhecimento diferem dependendo exatamente de quais características das pessoas são medidas: "Para diferentes objetivos precisamos de medidas diferentes. O envelhecimento é multidimensional."

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