24/05/2011

Impressão negativa dos outros leva a ações egoístas

Redação do Diário da Saúde

Primeira impressão

As expectativas que as pessoas têm sobre como os outros irão se comportar desempenham um papel essencial em determinar se essas pessoas vão cooperar umas com as outras ou não.

E, além disso, a primeira expectativa, ou impressão, é muito difícil de mudar.

"Isto é particularmente verdadeiro quando a impressão é negativa," diz Michael Kurschilgen, do Instituto Max Planck, na Alemanha, resumindo as principais conclusões de um estudo no qual ele e seus colegas Christoph Engel e Sebastian Kube examinaram os efeitos dos chamados jogos do bem público.

O estudo mostra que as próprias expectativas de uma pessoa transformam-se em uma profecia auto-realizável: aquelas que esperam que as pessoas ajam de modo egoísta, de fato vivenciam comportamentos não-cooperativos dos outros com mais frequência.

Comportamento social

Usando um tipo de jogo muito utilizado no campo da economia experimental, os pesquisadores queriam descobrir em que extensão as primeiras impressões determinam como as pessoas irão se comportar e até que ponto isso pode ser influenciado por informações seletivas.

Os jogos são criados em torno do dilema clássico de auto-interesse e comportamento socialmente consciente.

Cada membro de um grupo de quatro jogadores recebe 20 fichas. Eles podem mantê-las para si ou investi-los em um projeto comunitário.

Cada jogador recebe 0,4 ficha para cada uma que o grupo investe no projeto comunitário. Se todos os quatro membros do grupo investirem suas 20 fichas, cada um deles receberá 32 fichas - ou seja, 12 a mais do que se todas guardarem seu dinheiro para si próprias.

Mas se apenas três deles investirem seu dinheiro na comunidade, o jogador egoísta recebe 44 fichas. Assim, mesmo o jogador egoísta ganha com o investimento no fundo comunitário.

Dilema social

"O jogo do bem público, portanto, cria um dilema social," explica Kurschilgen.

Isto porque seria melhor para a comunidade se todos investissem no bem coletivo.

No entanto, em nível individual, o egoísta tira o melhor proveito da situação, recebendo o bônus sem ter feito o investimento.

Surpreendentemente, houve diferenças significativas na disposição de investir no bem comum quando o experimento foi realizado em Londres, na Inglaterra, e em Bonn, na Alemanha.

Os londrinos investiram apenas 43 por cento, em média, no bem comum. Em Bonn, por outro lado, o índice chegou a 82 por cento.

"Isto provavelmente se deve às diferentes expectativas do que constitui um comportamento normal," postula Kurschilgen.

Egoísmo e altruísmo

Os indivíduos que assumem que os outros agirão de modo egoísta muito dificilmente são propensos a tomar atitudes altruístas.

Consequentemente, a decisão de uma pessoa se comportar de forma cooperativa ou não depende fortemente de como essa pessoa pensa que as outras pessoas irão se comportar.

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