27/08/2025

Composto natural da madeira destrói vírus e bactérias

Redação do Diário da Saúde
A lignina, um componente da madeira, destrói vírus e bactérias
A lignina, um polifenol importante para a estrutura das plantas, tem atividade antimicrobiana contra vírus e bactérias.
[Imagem: Jun Liu a et al. - 10.1016/j.ijbiomac.2025.145736]

Lignina contra vírus e bactérias

A lignina, um dos componentes da madeira, possui uma atividade antimicrobiana, agindo contra vírus e bactérias.

É uma descoberta muito bem-vinda porque, além de ser natural e um subproduto da indústria madeireira, a lignina se torna uma alternativa verde promissora aos agentes antimicrobianos sintéticos hoje usados em revestimentos, materiais de embalagem e até desinfetantes de superfícies.

Os cientistas usaram um método simples de extração à base de água, no qual a lignina foi isolada em alta pureza de cavacos de bétula, palha de trigo e cascas de aveia. Esse método permite que os produtos mantenham um alto teor de fenol total e removam eficazmente as impurezas de carboidratos - a lignina é um polifenol importante para a estrutura das plantas.

O material então foi testado contra o coronavírus sazonal humano (HCoV-OC43) e contra o SARS-CoV-2. O efeito antiviral foi documentado nos dois casos, mas foi significativamente mais forte contra o SARS-CoV-2, causador da covid-19. Além disso, a lignina apresentou efeitos inibitórios sobre as bactérias Staphylococcus aureus e Escherichia coli.

"Nós demonstramos que essas amostras de lignina à base de água demonstraram forte eficácia antiviral contra enterovírus não envelopados, mas também boa atividade contra os coronavírus envelopados e as bactérias testadas," contou o professor Varpu Marjomaki, da Universidade de Jyvaskyla (Finlândia).

Como a lignina atua

Empregando uma variedade de técnicas bioquímicas e de imagem já disponíveis, e outras que precisaram ser desenvolvidas pela equipe, foi possível investigar os mecanismos antimicrobianos subjacentes à ação da lignina.

"Os resultados revelaram que as ligninas inativam os enterovírus ao estabilizar e agregar partículas virais, reduzindo assim sua entrada nas células hospedeiras e impedindo a liberação do genoma do RNA infeccioso nas células," contou Marjomaki.

Isto torna a lignina uma alternativa ecologicamente correta às substâncias sintéticas repelentes de micróbios, com potencial para ser usada em revestimentos, embalagens e produtos desinfetantes.

Checagem com artigo científico:

Artigo: Aqueous-based lignin extractions from birch, wheat, and oat exhibit broad antimicrobial activities
Autores: Jun Liu, Marjo Haapakoski, Lotta-Riina Sundberg, Lari Vahasalo, Pia Vento, Maiju Pöysti, Varpu Marjomaki
Publicação: International Journal of Biological Macromolecules
Vol.: 319, Part 4, 145736
DOI: 10.1016/j.ijbiomac.2025.145736
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