09/08/2016

Luz artificial demais está nos deixando doentes?

Redação do Diário da Saúde
Luz artificial demais está nos deixando doentes?
Além de afetar o sono, a iluminação do ambiente afeta a forma como você toma decisões. E parece que o relógio biológico não é a única rota para a influência da luz sobre a saúde.
[Imagem: National Institute of General Medical Sciences]

Indicadores de fragilidade

Junto com alimentar-se bem e fazer exercícios físicos, as pessoas devem considerar a adição de um outro item à sua lista de hábitos saudáveis: apagar as luzes.

"Demonstramos que a ausência dos ritmos ambientais de claro e escuro conduz a uma grave ruptura de uma ampla variedade de parâmetros de saúde," explica Johanna Meijer, da Universidade Leiden (Holanda).

Esses parâmetros incluem a ativação pró-inflamatória do sistema imunológico, perda de massa muscular e os primeiros sinais de osteoporose. Os pesquisadores afirmam que as alterações fisiológicas observadas são todas indicativas de "fragilidade", similares às vistas em pessoas ou animais à medida que envelhecem.

Mas basta apagar as luzes

Mas há uma notícia mais animadora, também.

"A boa notícia é que posteriormente nós demonstramos que estes efeitos negativos para a saúde são reversíveis quando o ciclo claro-escuro ambiental é restaurado," explica Meijer.

A equipe expôs animais de laboratório à luz em tempo integral durante 24 semanas e mediu diversos parâmetros importantes para a saúde.

A atividade cerebral dos animais mostrou que a exposição constante à luz reduz os padrões rítmicos normais no marcador circadiano central do cérebro - núcleo supraquiasmático - em 70%.

Surpreendentemente, a interrupção do ciclo normal de luz e escuridão levou a uma redução na função músculo-esquelética dos animais, com redução de sua força. Os ossos apresentaram sinais de deterioração e os animais entraram em um estado pró-inflamatório normalmente observado apenas na presença de agentes patogênicos ou outros estímulos nocivos.

Bastou que os camundongos voltassem a um ciclo normal de luz-escuro durante 2 semanas para que os neurônios do marcador circadiano cerebral recuperassem seu ritmo normal e os demais problemas de saúde dos animais fossem revertidos.

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