Expressões faciais e emoções
A visão tradicional sobre as nossas expressões faciais é que elas revelam nossos sentimentos e emoções.
O professor Alan Fridlund, da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara (EUA), está propondo uma teoria alternativa.
"Nossas faces não falam sobre nós, mas sobre o que queremos de uma interação social. Por exemplo, o rosto de 'choro' é geralmente considerado uma expressão de tristeza, mas usamos esse rosto para pedir socorro, quer isso signifique tranquilidade, palavras de conforto ou apenas um abraço.
"Desde a pré-escola, nós vemos rostos sorridentes com a palavra 'feliz' escrita sob eles. Vemos rostos tristes com a palavra 'triste' escrita sob eles. Essa pode não ser a melhor maneira de entender as expressões faciais. Um macaco no zoológico que sorri para você não está necessariamente feliz - está dando uma 'careta de ameaça submissa'," detalha Fridlund.
Emoções versus intenções
Segundo o pesquisador, nos últimos anos os biólogos têm olhado com outros olhos a forma como os animais se comunicam e começaram a vê-los como comunicadores e negociadores sofisticados. Sua hipótese é que nossas expressões faciais servem aos mesmos propósitos que nos demais animais.
"Não há dúvida de que o que fazemos com nossas expressões faciais é diferente do que os não-humanos," reconhece Fridlund. "Mas nossas expressões faciais frequentemente funcionam da mesma maneira. Elas funcionam como ferramentas sociais na negociação comportamental."
Assim, rostos "bravos" não significariam necessariamente que estamos zangados: Podemos estar nos sentindo frustrados, magoados ou com prisão de ventre - mas, independentemente de como nos sentimos, essa expressão serviria para subjugar, intimidar ou sinalizar possíveis retaliações contra quem quer que seja seu alvo.
"Um rosto de 'nojo' pode significar que uma pessoa está prestes a vomitar, mas também pode significar que não gostamos de música atonal, e a outra pessoa sabe que não deve colocar um CD de Schoenberg. Quando perguntamos a alguém sobre o tempo lá fora, o sorriso dela diz que está bom, mesmo que ela esteja tendo um dia ruim.
"Quando estamos com os outros, estamos sempre checando como eles estão reagindo, e eles então fazem expressões faciais quando os vemos procurando por nossas reações.
"Aqueles com quem estamos interagindo também não precisam ser pessoas. As pessoas fazem expressões faciais o tempo todo em máquinas de refrigerante que não devolvem seu troco, ou computadores que reinicializam ou atualizam no meio de uma apresentação. E elas farão a mesma expressão se você lhes pedir para imaginar essas situações," finalizou Fridlund.
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