22/08/2025

Pele na seringa: Uma nova alternativa para tratar queimaduras

Redação do Diário da Saúde
Pele na seringa: Uma nova alternativa para tratar queimaduras
Testes de impressão 3D de estruturas da pele artificial. À direita, ampliação por microscópio das esferas de gelatina que compõem o material.
[Imagem: Rozalin Shamasha et al. - 10.1002/adhm.202501430]

Pele na seringa

Cientistas criaram o que eles estão chamando de "pele em uma seringa".

O gel, contendo células vivas, pode ser impresso em 3D para formar um transplante de pele, uma tecnologia médica que pode levar a novas maneiras de tratar queimaduras e ferimentos graves.

Queimaduras grandes são tipicamente tratadas com o transplante de uma fina camada da parte superior da pele, a epiderme, que é basicamente composta por um único tipo de célula. O transplante apenas dessa parte da pele resulta em grandes cicatrizes.

Sob a epiderme, existe uma camada de pele mais espessa e complexa, chamada derme, contendo vasos sanguíneos, nervos, folículos capilares e outras estruturas necessárias para o funcionamento e a elasticidade da pele. No entanto, transplantes da derme raramente são uma opção, já que o procedimento deixa uma ferida tão grande quanto a ferida a ser cicatrizada.

A proposta dos cientistas consiste em criar uma pele nova que não se torne tecido cicatricial, mas uma derme funcional. Criar uma derme artificial ainda está longe das nossas capacidades científicas, mas a equipe se concentrou nos fibroblastos, o tipo de célula mais comum na derme, que é fácil de ser coletada do corpo e cultivada em laboratório.

A inovação consistiu em criar um material que sirva de suporte e meio de cultura para essas células. O material é composto por minúsculas esferas porosas de gelatina, uma substância semelhante ao colágeno da pele.

"O gel tem uma característica especial que o torna líquido quando exposto a uma leve pressão. Você pode usar uma seringa para aplicá-lo em uma ferida, por exemplo, e, uma vez aplicado, ele se torna gelatinoso novamente. Isso também permite a impressão 3D do gel com as células nele contidas," disse o professor Daniel Aili, da Universidade de Linkoping (Suécia).

Checagem com artigo científico:

Artigo: Biphasic granular bioinks for biofabrication of high cell density constructs for dermal regeneration
Autores: Rozalin Shamasha, Sneha Kollenchery Ramanathan, Kristin Oskarsdotter, Fatemeh Rasti Boroojeni, Aleksandra Zieliska, Sajjad Naeimipour, Philip Lifwergren, Nina Reustle, Lauren Roberts, Annika Starkenberg, Gunnar Kratz, Peter Apelgren, Karin Säljö, Jonathan Rakar, Lars Kolby, Daniel Aili, Johan Junker
Publicação: Advanced Healthcare Materials
DOI: 10.1002/adhm.202501430
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