Capacidade que nos tornam humanos
Como nós sabemos o que as outras pessoas estão pensando? Como nós as julgamos e o que acontece em nosso cérebro quando nós fazemos isso?
A neurocientista Rebecca Saxe, do MIT (Estados Unidos), está lidando com essas questões complicadas e com muitas outras. Seu objetivo é não menos do que entender como o cérebro gera as capacidades que nos tornam humanos - fazendo julgamentos morais, desenvolvendo sistemas de crenças e entendendo a linguagem.
Cognição social
Saxe é especialista em cognição social, que estuda como as pessoas interpretam os pensamentos das outras pessoas. É um assunto difícil de se lidar, já que os pensamentos e crenças das pessoas não podem ser observados diretamente.
"Esses são tipos de conceitos extremamente abstratos, embora nós os utilizemos fluentemente e constantemente para lidar com o mundo ao nosso redor," diz ela.
O efeito dos pensamentos no cérebro
Mas, embora seja impossível observar os pensamentos diretamente, é possível medir quais regiões do cérebro estão ativas quando as pessoas estão pensando sobre determinadas coisas.
Saxe acompanha os circuitos do cérebro por trás dos pensamentos humanos utilizando uma técnica chamada imageamento por ressonância magnética funcional (fMRI), um tipo de exame que mede o fluxo de sangue no cérebro.
Os outros, no cérebro
Utilizando a fMRI, ela identificou uma área do cérebro (a junção tempoparietal) que se "ilumina" quando as pessoas pensam sobre o pensamento de outras pessoas, algo que nós fazemos freqüentemente para tentar descobrir porque as pessoas se comportam de determinada forma.
A descoberta é "uma das mais surpreendentes descobertas no campo da neurociência cognitiva humana," comenta Nancy Kanwisher, orientadora de Saxe.
Ferramenta de valor inestimável
Como a fMRI revela a atividade cerebral indiretamente, monitorando o fluxo de sangue, em vez da ação dos neurônios, ela é considerada uma ferramenta grosseira para estudar a cognição. Contudo, ela oferece um enfoque de valor inestimável para os neurocientistas.
Crianças em áreas de conflito
Agora, Saxe e seus colegas planejam estudar como as crianças desenvolvem crenças em relação a grupos que estão em conflito duradouro com seu próprio grupo - como muçulmanos e sérvios na antiga Iugoslávia, ou sunitas e xiitas no Oriente Médio.
Eles esperam ser os primeiros a identificar regiões do cérebro que são ativadas quando as pessoas pensam sobre membros de um grupo inimigo, e então observar o que muda nas funções cerebrais em função de esforços de mediação, como os "campos da paz", que juntam crianças de dois grupos em conflito.
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