20/08/2014

Prós e contras de tomar aspirina preventivamente contra câncer

Com informações do Cancer Research UK

Uma nova análise dos estudos científicos disponíveis definiu os riscos e os benefícios de tomar aspirina para reduzir o risco de câncer.

Um grupo internacional de especialistas vasculhou todas as evidências disponíveis - todos os estudos científicos já realizados sobre o assunto - sobre os prós e os contras de tomar a aspirina preventivamente.

A conclusão é que o medicamento tem tanto riscos, quanto benefícios, por isso a recomendação dos especialistas é: não tome aspirina preventivamente sem consultar seu médico - um médico que conheça seu histórico.

Prós e contras da aspirina preventiva

Em resumo, o que há é uma incerteza, com estudos apontando benefícios para alguns e danos para outros.

A análise confirma que a aspirina protege mais fortemente contra cânceres do intestino, estômago e esôfago, e mais fracamente contra os cânceres de pulmão, próstata e mama.

Contudo, os benefícios só parecem começar a aparecer a partir dos 50 anos de idade, por isso há pouco a se ganhar em tomar o medicamento de forma preventiva abaixo dessa idade.

A análise conclui que, se 1.000 pessoas (500 homens e 500 mulheres), com idades na faixa dos 60 anos, tomarem aspirina durante 10 anos, então - em comparação com 1.000 pessoas que não tomaram aspirina - teríamos a seguinte situação nos 20 anos seguintes:

Prós: cerca de 17 mortes a menos, incluindo: 16 mortes evitadas por câncer em geral e 1,4 morte evitada por ataques cardíacos.

Contras: Entre duas e três mortes a mais provenientes de: 1,4 derrame mais letal, 0,3 úlcera péptica mais grave e 0,65 por sangramento gástrico mais letal.

Mais complicado

Parece positivo no geral, certo? Bem, ressaltam os especialistas, existem algumas omissões importantes da análise que turvam qualquer limpidez nessas águas.

Segundo a equipe, o resultado é um pouco mais complicado do que isso.

Ocorre que estes riscos e benefícios não estão uniformemente espalhados pela população, fazendo com que algumas pessoas estejam sob maior risco de sofrerem efeitos colaterais.

Diferenças genéticas fazem com que o processamento da aspirina pelo organismo seja diferente para cada pessoa - em algumas o medicamento se dilui mais rápido, em outras mais lentamente.

Além disso, algumas pessoas têm um risco menor de terem câncer mesmo sem tomar o medicamento, de forma que elas não irão se beneficiar tanto - mas ainda estarão sujeitas aos efeitos colaterais.

Os cientistas que assinam a análise concluem que é "um quadro extremamente complexo, e ainda um pouco obscuro".

O que não sabemos

A partir desses dados, eles concluem que, para ser capaz de recomendar a aspirina para pessoas com pleno conhecimento de que os riscos estão sendo minimizados e os benefícios maximizados, os médicos precisam ter uma ideia melhor do seguinte:

  1. Com que idade as pessoas devem começar e parar de tomar aspirina preventivamente?
  2. Que dose cada pessoa deve tomar?
  3. Quais fatores devem proibir que se receite aspirina preventiva para uma pessoa, e como devemos testar cada paciente para esses fatores?

No momento, infelizmente, não há uma resposta clara e definitiva para nenhuma destas questões.

"E, até que essas respostas sejam encontradas, estamos desencorajando as pessoas de estocar seus próprios suprimentos de aspirina sem procurar primeiro um aconselhamento médico. Então, se você está preocupado com o risco de câncer, e quer fazer algo a respeito, o seu primeiro porto de ancoragem deve ser sempre o do seu médico," concluem os estudiosos.

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