Coração artificial pulsante é considerado seguro para uso em pacientes

O modo como o sangue se comporta dentro do coração artificial é uma informação essencial para prever eventuais efeitos colaterais.
[Imagem: Twan Bakker et al. - 10.1038/s41598-025-18422-y]

Coração artificial pulsante

Cientistas suecos conseguiram pela primeira vez gerar imagens do fluxo sanguíneo dentro de um protótipo de coração artificial em funcionamento.

Este é um passo crucial para o uso seguro de corações artificiais pulsáteis em humanos.

O desafio está em garantir que estes dispositivos mecânicos, uma alternativa vital para pacientes à espera de um transplante de coração, não causem complicações, como tromboses ou danos às células sanguíneas.

Twan Bakker e colegas da Universidade de Linkoping utilizaram uma avançada ressonância magnética 4D para analisar um coração artificial desenvolvido pela empresa Scandinavian Real Heart. Para tornar o dispositivo compatível com o equipamento de imagem, a maioria das suas partes metálicas precisou ser substituída por componentes impressos em 3D.

Os resultados revelaram que os padrões de fluxo sanguíneo e os níveis de estresse no sangue são comparáveis aos de um coração humano saudável, indicando um risco baixo de complicações. Mas as imagens prometem ainda otimizar o projeto do dispositivo original, de forma não invasiva e precisa.

"A ressonância magnética de fluxo 4D permite medir o campo de fluxo sem alterar a função do coração artificial como um todo, sendo, portanto, uma ferramenta valiosa para complementar simulações computacionais e exames de sangue durante o desenvolvimento do dispositivo. Nossas medições forneceram informações valiosas para a equipe de projeto, que poderá aprimorar ainda mais o protótipo do coração artificial," disse Bakker.

Foi necessário montar uma complexa configuração experimental para conseguir examinar o coração artificial funcionando em tempo real.
[Imagem: Twan Bakker et al. - 10.1038/s41598-025-18422-y]

Retroalimentação

A equipe espera que seu trabalho acelere o desenvolvimento de corações artificiais mais seguros e eficazes, podendo, no futuro, salvar vidas de pacientes na lista de espera por um doador. Além disso, a metodologia usada para o estudo poderá ser aplicada para melhorar o diagnóstico e tratamento de outras doenças cardiovasculares.

De posse do protocolo já testado, os pesquisadores agora continuarão interagindo com a empresa fabricante, de modo a reavaliar cada protótipo que seja desenvolvido com base nas análises.